Assistindo os noticiários nas últimas semanas sobre alguns grandes acidentes ambientais, sendo um nos Estados unidos e outro na China, não posso deixar de mencionar o de Barcarena (PA) e claro o de Mariana (MG) recentemente onde volta e meia voltam a mídia.
Comecei a me questionar se estávamos preparados para lidar como uma situação daquelas e se nosso time estaria pronto para uma eventualidade deste porte?
Já passei por vários acidentes ambientais infelizmente em diversos países, e não tem diferença, depois de uma pronta resposta ao atendimento do acidente, vem o que eu particularmente chamo de prestação de contas da hora da verdade.
Pois vem o trabalho com as comunidades afetadas, com psicológico dos próprios funcionários, com a mídia e claro no final com os acionistas. E todos envolvidos saem desgastados.
NÃO EXISTE ZONA DE CONFORTO para quem trabalha na área de QSMS-RS e Sustentabilidade empresarial e não deveria existir mesmo , seja em qualquer empresa independente do negócio, pois é um exercício que tem que ser praticado todo dia e que envolve a todo um departamento de Sustentabilidade e a empresa.
É muito bonito falar de Sustentabilidade, segurança do trabalhador e etc., mas na hora do acidente, se você não tiver com o dever de casa feito, a exposição a partes interessadas é cruel.
Quando falo em dever de caso feito significa estar 100% em compliance!
Não é novidade que depois de um desastre ambiental comecem a aparecer falhas em compliance da organização.
Um bom planejamento para gerenciar acidentes ambientais ainda é renegado por muitos, a máxima de que só acontece com o vizinho é muito forte em nossos costumes.
Desde que eu siga as regras e a lei, tudo está bem!!!!!!!!!!!
Mas quando acontece um acidente como: vazamento de produtos, rompimento de barragem de resíduos, o tombamento de um caminhão com produto perigoso ou vazamento de óleo da embarcação.
Vamos à pergunta:
Será que a empresa está pronta para agir na hora da crise?
Será que o plano de emergência estará em dia?
Será que o pessoal realizou treinamentos e simulados recentemente?
Relações Comunitárias, Comunicações, Relação Instrucionais estão alinhados e prontos para gerenciar a crise?
Bem, se não conseguir responder a estas perguntas de pronto e nem a sua equipe, acho bom começar a pensar seriamente a respeito.
Muitas empresas, mesmo depois de anos, ainda são referência na mídia para qualquer novo acidente ambiental, como mau exemplo de conduta e administração.
Quanto custa a imagem arranhada da empresa?
Relevar medidas de prevenção ambiental e ter uma equipe treinada para tal, normalmente é dado a sua caracterização como questão marginal, altamente dispendiosa.
Mas os tempos são outros, com o passar dos anos as empresas líderes no mercado começaram a apreender da necessidade de implantar uma gestão a acidentes ambientais tanto na prevenção e na pronta resposta e não apenas com custos a serem assumidos pós um acidente, mas principalmente a representatividade que os investimentos alcançariam nos negócios futuros e as consequentes vantagens competitivas que daí adviria.
O custo dos impactos ambientais é altíssimo.
A sociedade não aceita mais qualquer tipo de agressão ao meio ambiente.
Definindo-se as responsabilidades de operação do sistema, os planos de contingência e emergência, os riscos em potencial, os treinamentos necessários e a conscientização e competência face ao meio ambiente, estará à empresa elaborando um bom plano para o gerenciamento de risco, ou seja, o conjunto de procedimentos necessários à identificação e ao controle dos aspectos que podem causar ou causam impactos ambientais significativos.
Mesmo a despeito da existência de instrumentos de prevenção a acidentes, ainda são registrados diversos acidentes e vão continuar acontecendo infelizmente.
Faz-se imprescindível tomar uma atitude quanto à prevenção e pronta resposta a acidentes ambientais, como forma de garantir até mesmo própria existência do negócio, pois, embora em número menor, existem empresas preocupadas em conciliar a proteção ambiental com o desenvolvimento, e em função disso já têm ganhou destaque com sua marca no mercado global.
Texto: Roberto Roche
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