Adolpho Bloch, renomado empresário da comunicação brasileira, nasceu em 08 de outubro de 1908, na pequena cidade de Jitomir, interior da Ucrânia, na Europa Oriental.
Era o mais novo dos oito irmãos do casal Joseph Bloch e Ginda Bloch e com sua família chegou ao Brasil em 1922 e logo já começa a trabalhar com seu pai em gráficas, oficio que já realizara em sua terra natal.
Na metropolitana cidade do Rio de Janeiro, a gráfica chamava-se Joseph Bloch & Filhos.
O boom das revistas impressas
Na década de 50, já com Adolpho Bloch no comando, a empresa se transforma em Bloch Editores, quando em 1952, lança uma grande e impactante revista chamada Manchete, que em poucos anos passou a competir com a revista O Cruzeiro como a publicação semanal mais vendida no país.
O êxito publicitário e editorial da Revista Manchete, proporcionou o surgimento de novos e bem sucedidos títulos, como Fatos e Fotos, Pais e Filhos e em janeiro de 1970 o lançamento da Revista Amiga, no segmento de cobertura de assuntos relacionados a Televisão.
Migrando para TV
Em março de 1981, Adolpho Bloch recebe a concessão de 5 (cinco) emissoras de TV,por decisão do então Presidente João Figueiredo, incluindo o canal 6 do Rio de Janeiro e o canal 9 de São Paulo.
Era o inicio da constituição de uma nova rede de televisão, que dois anos depois a exatos 05 de junho de 1983, pode ser oficialmente inaugurada, diretamente do Edifício Sede da Manchete, na Rua do Russel, bairro da Glória no Rio de Janeiro.
A exemplo de suas antecessoras, a TV Manchete foi sucesso desde seu principio, com programas que se tornaram clássico como Clube da Criança ,que lançou a apresentadora Xuxa Meneghel e o inovador Jornal da Manchete, que deu uma nova “cara” para o telejornalismo.
No ano seguinte, 1984,a Manchete transmite com exclusividade o Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, e lança as primeiras produção na área da dramaturgia, área de supra-destaque da emissora, relevando dezenas de grandes valores para a historia da TV, como Cristiana Oliveira, Tais Araújo, entre outros.
E Adolpho Bloch supervisionava pessoalmente todo esse processo de produção, inclusive sugerindo enredos para as tramas , como no caso de Kananga do Japão (1989), baseado em suas memórias dos tempos de juventude.
Na musica, outra indelével contribuição, como especiais excelentemente produzidos, retratando nomes tão importantes e tão diversificados como Tom Jobim, Marisa Monte e Cazuza.
O espetacular programa Bar Academia, apresentado por Walmor Chagas, é uma exemplar amostra dessa preocupação cultural da emissora de Adolpho Bloch.
E o segredo do sucesso da Manchete era, certamente, reunir um time competente e estrelado, de grandes profissionais que marcam a historia da TV brasileira, como Arnaldo Niskier, Moyses Weltman, Mauro Costa, Fernando Barbosa Lima, Nilton Travesso, Manuel Carlos, Walter Avancini, Sergio Britto, Bráulio Pedroso, Regis Cardoso, Zevi Ghivelder, só para citar alguns destacados valores.
Adolpho Bloch falece em São Paulo, em 19 de novembro de 1995, aos 87 anos, concluindo uma obra editorial e radio-televisiva de grande marco para o Brasil.
Seu legado pode ser resumido em seu pensamento “O importante não é ser , ter ou parecer, o importante é fazer, construir , desenvolver”
Esse era Bloch, o pai da Rede Manchete de Televisão, homem de apurado senso cultural e intelectual, benemérito da Imprensa, do Teatro e das Artes Plásticas nacionais.”
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Texto: Fabio Rejaili Siqueira
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