in ,

As UPP’S do Rio de Janeiro… uma farsa para “ inglês ver”.

Upp's no Rio de Janeiro

A falta de lógica que orienta algumas medidas de políticas públicas, permite um leigo opinar com exatidão, sobre os  resultados que NÃO serão alcançados, mesmo que se diga o contrário através dos jornais e televisões.

Agora, diante da intervenção militar no Estado do Rio de Janeiro, é fundamental lembramos que esta situação de calamidade era uma crise anunciada, mas que havia ficado camuflada diante da criação das Unidades de Polícia Pacificadora,  como uma então solução para a cidade do Rio de Janeiro.

Mas era de conhecimento de todos que as UPP’s  nasceram mortas, e que parte da  imprensa “celebrava”como uma solução para a capital fluminense,  e que   a intervenção militar está ratificando  agora, que foi uma medida para “inglês ver”.

Inicialmente, porque a atividade de policia, não existe para “pacificar”, tanto que o Exército está novamente nas ruas.

O fato é que, um policial é treinado para policiar, conter, prender e  coibir a violência e o desrespeitos as leis.

Portanto, os policiais que foram alocados nas UPP’s em 2008, com aparente sucesso em algum momento, obtendo no passado razoáveis resultados no curto prazo, deu-se porque em 2007 o Brasil havia sido escolhido para sediar o Campeonato Mundial de Futebol.

Sendo assim, alguns “acordos” foram estabelecidos, porque o cenário internacional estava envolvido.

Isto vale quando Michel Jackson sobre o morro para gravar,  o Papa Francisco para rezar, ou Messi  para jogar.

Assim foi até o Mundial em 2014, onde a  coisa funcionou aos trancos e barrancos, piorando gradativamente (sem extrapolar muito) porque teríamos que chegar até 2016 (Olimpíadas).

Desta forma, as Unidades de Policia Pacificadora surgiram para acalmar os órgãos organizadores internacionais, tanto das Olimpíadas, quanto da Copa do Mundo

Encerrada a sobrevida das UPP’s, a porteira dos eventos internacionais foi fechada, e a evolução da violência foi gritante.

Portanto,  UPP’S  do Rio de Janeiro … uma farsa para “inglês ver”, como diz o dito popular.

Contudo,  o fator mais óbvio que as UPP’s nasceram mortas, é o econômico.

Estima-se que somente na Rocinha, o faturamento anual dos traficantes de drogas, supera R$ 1 bilhão de reais.

Como seria possível “pacificar” este conflito de interesses?

Pedir para o traficante “fechar” o ponto em troca de que ?

É óbvio que os negócios não cessaram durante a instalação das UPP’s, mas simplesmente ficaram menos explícitos, ou distribuídos em outras áreas .

Agora imaginar que deixaram de faturar R$ 1 bilhão, porque alguns policiais foram conversar com a comunidade, pedindo paz, beira o ridículo.

E pela mesma lógica, a intervenção no Estado do Rio de Janeiro pelo Exército Brasileiro, está fadada ao mesmo insucesso.

Ou os “agentes econômicos” ligados a violência vão encerrar suas atividades?

Já combinaram com eles?

Serão agora investidores em startups?

Agronegócio?

Plantadores de soja, de sol a sol, no escaldante Mato Grosso?

Enquanto não houver uma ampla transformação social, com uma Justiça atuando de forma rápida e corretamente punitiva; presídios com vagas suficientes para prender todos os envolvidos (supondo que venham a ser presos); policiamento ostensivo e preventivo que iniba de forma perene ações criminais; tudo junto e misturado, nada mudará .

E caso uma ação planejada envolvendo todas as variáveis seja implementada, a solução não ocorrerá antes de uns 10 ou 12 anos, como ocorrido em Medelin, na Colômbia, mesmo que, num primeiro momento o Exército, iniba estes “negócios”.

Até porque o negócio de R$ 1 bilhão de reais, emprega um monte de “trabalhadores”, que ainda não se aposentaram.

O que acontecerá com eles? Vamos ver a partir de agora, pois dependerá do grau da violência da “resposta” do Exército versus os problemas com a população, que nada a tenha a ver com isso.

Mas com a intervenção militar em curso, parece que ficou claro que o Exército irá para o tudo ou nada, com resultados imprevisíveis.

Enquanto isso a sociedade brasileira, estará presenciando a continuação desta “guerra civil”, que somente agora se tornou explícita, e não mais  varrida para de baixo do tapete… sendo este um triste  fator positivo no presente… está as claras…a farsa das UPP’s chegou ao fim.

E que Deus nos proteja enquanto uma solução planejada e continuada não se inicia.

Texto: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br

Outros Textos do Autor:

A cocaína e o desmatamento na América Central.

Imagem: Site UPP – Estado do Rio de Janeiro

O que você acha?

Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Energia de gás natural e biomassa

Energia de gás natural e biomassa

Queimadas 2017

Queimadas 2017