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Chimpanzés trocam favores e compartilham comida com seus amigos

Chimpanzés

Uma prática bastante comum entre nós, seres humanos, é a troca de favores. Viver em sociedade é ajudar um ao outro, e as mesmas atitudes também são observadas em animais vivendo em grupo.

Pesquisadores do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, na Alemanha, avaliaram o comportamento natural de chimpanzés do Parque Nacional de Tai, na África, e constaram o hábito desses animais de compartilhar alimentos, como carne ou frutas, com outros chimpanzés do bando, não necessariamente da mesma família [1].

Essa prática não parece estar atrelada à submissão ou hierarquia, mas sim a uma decisão voluntária. Porém, considerando o gasto de energia envolvido na caça e coleta de alimentos, qual seria a vantagem de dividir a comida capturada com chimpanzés que não são membros da família, quando não se tem nenhum ganho imediato?

Os pesquisadores sugerem que chimpanzés decidem quando e com quem compartilhar os alimentos baseando-se nas chances de que esse favor será retribuído no futuro. Animais caçando em grupo têm maiores chances de êxito, e ao compartilhar o alimento obtido com seus amigos, ou mesmo com estranhos, eles garantem ajuda para a próxima caçada.

Embora ações coletivas sejam comuns para nós, elas são bastante atípicas no mundo animal. Pouquíssimas espécies apresentam esse comportamento, sendo os chimpanzés e os bonobos duas das raras exceções. Essa cooperação observada em chimpanzés é variável entre as populações, assim como é entre humanos, mas em geral, os animais que mais ajudam, são os que mais se beneficiam.

Pensando de forma prática, parece muito mais vantajoso cooperar, do que competir, não é mesmo?!

Texto por: Lidiane Torres
contato@sustentahabilidade.com.br

Referências:

  1. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30305438

Fonte da imagem: https://www.express.co.uk/news/nature/581894/Monkey-chimps-cooked-food-tea-parties

 

 

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Escrito por LIDIANE DE SOUZA TORRES

Bióloga, bacharel em Genética e Bioquímica, com Mestrado e Doutorado em Genética Humana pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Atualmente é pesquisadora de Pós-Doutorado na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Tem experiência como professora e palestrante desde 2009, e conta com diversos artigos publicados em revistas internacionais.

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