A dependência química é um fenômeno epidêmico. É tão alarmante que decidimos esclarecer a cada artigo como lidar com essa situação delicada e caótica. E hoje será apresentado um assunto altamente polêmico: a internação para dependentes químicos.
Em primeiro lugar, quais são os tipos de internação existentes?
Internação Voluntária: Comunidade Terapêutica na qual a pessoa reside por um período variável de tempo porque deseja o tratamento.
Internação Compulsória: Não é necessária a autorização familiar sendo determinada pelo juiz competente, depois do pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a sua condição física e psicológica.
Internação Involuntária: Para que um indivíduo seja internado contra sua vontade, ele precisa estar doente e ser diagnosticado como tal por um médico, que só poderá encaminhá-lo para instituições hospitalares ou “comunidades terapêuticas“ com perfil médico.
Nesse sentido, recomendamos: conheça pessoalmente o corpo clínico da instituição para estabelecer confiança nos métodos utilizados, recorrendo para isso ao “Manual de Orientação para Instalação e Funcionamento das Comunidades Terapêuticas”, link a seguir: http://www.tjsp.jus.br/Download/EPM/pdf/ManualCONED2011.pdf
Leia também o que fala o Conselho Federal de Medicina baseado na RDC 29/11 da ANVISA: http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=25478:2015-04-27-15-40-38&catid=3
Para que tanta informação? Pois infelizmente, com frequência encontramos instituições para dependentes químicos, por vezes fora da lei, oferecendo desrespeito ao invés de tratamento. Muitas delas aumentam seu capital graças a armadilhas que se alimentam do desespero, inexperiência e ingenuidade técnica das famílias.
Em nossa ampla experiência clínica, constatamos essa realidade absurda que nos coloca em estado de atenção constante, quanto à escolha de locais adequados para o encaminhamento de nossos pacientes. Somos uma equipe de 3 profissionais que se dedicaram durante anos ao tratamento de dependentes químicos e seus familiares em consultórios, instituições, consultorias empresariais e escolares e, portanto sentimo-nos na obrigação de alertarmos que nesse meio, já encontramos muitos profissionais sem conhecimento técnico e sem experiência, como também, felizmente, muitos profissionais altamente responsáveis e capazes.
Portanto, para encaminhar à internação de qualquer dependente químico, é fundamental avaliar corretamente se ele próprio deseja (voluntariamente) ou não deseja ser tratado. Se desejar, as Comunidades Terapêuticas são sim uma alternativa. Por outro lado, se a pessoa não desejar, os demais tipos de internação podem ser procurados.
Por fim, visite o local antes da internação. Esteja munido das normas vigentes (links acima), pois você deve realizar um check list e verificar por conta própria ou com a ajuda de um profissional se o local é adequado ou não.
Boa Sorte !
Autores: Nancy M.F.Peres , Raquel Arantes e Renan Fernandes de Oliveira
Email de contato: dependenciaquimica@sustentahabilidade.com.br