Quando no início do século XXI, aquele papinho chato do politicamente correto estava sendo inserido, lentamente, no dia a dia, ninguém se apercebia da armadilha.
Vimos a criação de neologismos, como se estivéssemos construindo uma sociedade nova …mais correta … contudo por de trás da cortina daquele “teatro”, lá na coxia, os “atores” estavam assaltando o caixa.
Reinventaram a língua criando o termo “afrodescendentes”, parecendo que estavam combatendo o racismo.
Baniram o vocábulo “favela”, substituindo-o por “comunidade”, parecendo que assim, estavam levando dignidade aos moradores de áreas controladas pelo crime.
Distribuíram dinheiro, alegando que inseriram famílias na economia criativa.
Criaram subsídios para o Ensino Superior, esquecendo-se que somente 12% das crianças tem proficiência em língua pátria.
E o que estava ERRADO pareceu CERTO, quase que do dia, para noite.
Criou-se um ambiente confuso, onde algo que era exceção passou a ser visto como regra, invertendo de tal forma o pensar organizado, e espalhando divisão social.
Sob a égide dos “organismos governamentais”, incentivaram esta balburdia de sentimentos.
Como exemplo, temos o E-Social recentemente implementado nas empresas do Brasil, visando organizar as estatísticas brasileiras, que chegou a aventar a possibilidade de existirem 17 gêneros diferentes de pessoas, até um limite de 37, para o preenchimento do “x”, onde o funcionário melhor se enquadrasse.
Tudo isso para “parecer” que estavam acolhendo o cidadão e inserido pessoas “diferentes” excluídas da sociedade, quando na verdade estavam , expondo-os e de certa forma e repartindo-os em grupos.
É claro que as sociedades vão sendo construídas com equívocos, injustiças e desrespeito, que necessitam de ajustes.
Mas os últimos anos foram “pródigos” em aumentarem os desvios da sociedade, com cenas forjadas e voltadas aos desequilíbrios.
“Atores” e atores (estes profissionais), passaram a vociferar “verdades”, e ainda gritam suas verdades, descoladas do pensamento técnico, o único que conduz à uma visão 360 .
Sob o manto sagrado de proteger classes, desvirtuaram o foco maior: proteger e desenvolver “pessoas” .
E quando isso passa a ser uma “regra” , retira-se a postura do cidadão do centro do problema, inserindo generalidades sociais como responsáveis pelo desvios, abraçando o conceito do vitimismo .
Após a emissão desta névoa no cenário da “peça”, está instalada a superficialidade do entendimento, que resulta obviamente em soluções também superficiais.
Tá com fome ? Dê comida !
Tá preso ? Dê um salário para ele.
Tá com vontade de transar ? Dê camisinha ( na estação do Metrô, Alto da Boa Vista-SP-, existem caixas imensas delas) !
E por coincidência, em nenhuma das situações acima, apostar no positivismo da alma humana e sua capacidade de dar a “volta por cima” foram empregadas como soluções possíveis.
Desenvolvimento no trabalho construtivo … amor… educação… construir exemplificando… , nada disso compõe o cardápio de soluções, seguindo uma linha de comunicação ou de intenção, onde EXPOR a ferida é fundamental… mas NUNCA ministrar o remédio necessário, pois esta não é a intenção.
Temos como exemplo de equívocos, os debates para solução do aborto na adolescência ou das doenças sexualmente transmissíveis, mas NUNCA , JAMAIS, estão associadas as palavras “compromisso”, “amar”, “responsabilidade”… muito menos no display do Metrô, onde gratuitamente o usuário pode se abastecer.
Estão disponíveis quantas unidades desejar, significando implicitamente, transe com quem você quiser, a hora que você quiser e no lugar que você quiser .
Ou seja, há uma comunicação subliminar, de autorização para desrespeitar os parceiro(s), com claro incentivo a misoginia, racismo, preconceito social, que juram combater criando “ministérios” disso ou daquilo em Brasília.
Investem, assim sendo, no desequilibrar da sociedade para “parecer” que estão preocupados com as pessoas.
MAS NUNCA ESTIVERAM !
Agora, tenta-se recuperar os caminhos de uma nova jornada, com cidadãos desmotivados, cercados de insucessos e desanimo, talhados a caírem em novas armadilhas .
CUIDADO !
Não se deve cometer o mesmo equívoco, agora pelo lado inverso da moeda.
Branco é branco e negro é negro .
Mas a individualidade das pessoas deve ser respeitada.
Uns poderão chamar o amigo de “negão”, porque a amizade dos envolvidos foi assim construída, em forma sinergética, permitindo esta tratativa.
Quando eu telefonar ao meu amigo Jorge de descendência nipônica, seguirei perguntando… “ fala aí Japa, tudo bem ?”.
Quando brincar com os meus amigos judeus … me darei o direito de perguntar se vão tirar o escorpião do bolso, mas também seguirei indignado com o holocausto e as dores daquele crime contra seus familiares.
Ou ainda, quando eu quiser brincar com meu amigo cadeirante Dado, seguirei “ironizando” … “ que moleza sentando nessa cadeira de rodas … de pijamas ao meio dia?”
Não se desenvolve uma sociedade, sem educar seu povo a investir no lado POSITIVO das realizações humanas, muito menos com neologismos, transformando em crimes falarmos certas palavras.
Pronunciar “fala aí negão” aos amigos negros através da pureza da alma, é muito melhor que cuspir pela alma, aos berros “Vossa Excelência é fascista” … num reflexo condicionado para tudo que ferir o lado obscuro da alma de algumas pessoas “progressistas”.
Até porque a teoria da projeção psicológica, ou imagem refletida do espelho, foi muito bem explicada por Laurent Gounelle, onde “ as pessoas só nos devolvem refletida a forma como nós somos” .
E viva o reencontro com a leveza e a naturalidade das coisas, de encontramos amigos nos barzinhos ou churrascadas, e entre uma de maracujá e outra de limão, perguntarmos “e aí Claudio Negão, tudo beleza ?” .
Texto: Roberto Mangraviti
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