1. Como e quando foi constituída a Abrapavaa ?
A Abrapavaa foi constituída após o acidente da TAM 402 em SP, em 31 de outubro de 1996, com 99 vitimas fatais. Ela foi fundada com a união dos familiares das vítimas e, como não havia nenhuma referência no Brasil nesse sentido, os familiares estavam sem orientação de apoio, assistência, etc.
2. Qual o foco da Associação ?
A Abrapavaa foi constituída para dar apoio e assistência a familiares de vitimas de acidentes e incidentes aéreos no Brasil. Com 17 anos de existência, já deu assistência a mais de 90 acidentes aéreos. Fornecemos as orientações quanto ao caminho a seguir, seus direitos, obrigações da cia.aérea, assistência médica, psicológica, quais as possibilidades na justiça, etc.
3. Qual o perfil dos dirigentes que compõe a Associação ?
A Abrapavaa possui – Presidente, Vice-Presidente e 2 diretores – A Presidente e o diretor administrativo – são advogados. O vice-presidente e o diretor de comunicação – são oriundos da aviação
4. Quais as conquistas a destacar ?
A Abrapavaa foi a primeira Associação de assistência e apoio a familiares de vitimas. Uma de nossas conquistas foi que, com um trabalho em conjunto com o Congresso Nacional, o Brasil tivesse um “Orgão de Assistência a Familiares de Vitimas” por determinação da ANAC (Agencia Nacional de Aviação Civil), ou seja, são normas a serem seguidas por toda e qualquer cia.aérea para o caso de um acidente aéreo.
Outra conquista foi a mudança do valor do Seguro RETA (semelhante ao DPVAT) que é pago logo após ao acidente aéreo aos familiares. Esse Seguro era, até 2007, no valor de R$ 14 mil reais e, a partir daquele ano, por iniciativa da Abrapavaa e com o envolvimento do MPF, conseguimos que, a partir de 2009, fosse de R$ 41 mil reais reajustado através do IPCA, que hoje, está em torno de R$ 51 mil reais.
E… uma conquista a destacar, o respeito conquistado diante do meio aeronáutico, das operadoras da aviação e de todos os órgãos responsáveis. Hoje, contam conosco na busca pela melhor segurança de voo, coisa que, até alguns anos atrás, apenas nos viam como “familiares de vítimas sofridos e que tinham como meta, apenas brigar e criar situações de constrangimento” e hoje, somos convidados para palestras, congressos, seminários, etc.
5. Vocês estão enxergando de alguma forma as questões preventivas juntos aos operadores de aeroportos, especialmente frente a Copa do Mundo?
Temos limitações. Na aviação nada é transparente, ou seja, cada órgão responsável tem seus estudos e versões e, as cias aéreas idem, sendo que um agravante é o fato de Anac e Infraero, pouco se comunicarem. Estamos sempre buscando informações de um e de outro para podermos criar o nosso próprio juízo.
Em relação a Copa do Mundo, Infraero, Anac e aéreas, acalmam a todos dizendo que “tudo correrá bem e que não existirão contratempos”. Não concordo diante do que temos visto em relação a infraestrutura e, a preocupação maior da Abrapavaa, a sobrecarga de trabalho extra que será imposto às tripulações uma vez que, com os últimos cortes feitos de aéreas como TAM e Gol, as tripulações já tem trabalhado no limite de sua capacidade.