Recentemente, muitos casos de febre amarela eclodiram em diversas regiões do Brasil, preocupando a população com relação à sua proliferação e controle.
Apesar de a doença ser transmitida única e exclusivamente por mosquitos contaminados pelo vírus dos gêneros Sabethes e Haemagogus, comuns em locais de matas, e que não é contagiosa, muitas pessoas, por desconhecimento, vêm atribuindo a culpa aos macacos pela sua propagação.
Assim como os seres humanos, esses primatas também são vítimas da doença e não transmissores. Eles adoecem e/ou morrem quando infectados pelo vírus, servindo como indicadores das áreas afetadas pelo mosquito transmissor.
Infelizmente, a proliferação da doença transformou os macacos em vítimas também dos seres humanos. Diversos casos de mortes cruéis de primatas por pauladas e envenenamento vêm sendo noticiados pela imprensa, sendo que muitos deles pertencem às espécies sagui, bugio e prego, todas ameaçadas de extinção.
Portanto, matar esses animais silvestres, além de ser considerado crime ambiental, tipificado na Lei Federal n° 9.605/98, cuja pena pode chegar a um ano de prisão e pagamento de multa, prejudica imensamente o trabalho dos órgãos da Saúde Pública no que tange à prevenção e controle da doença.
Assim, quando um macaco for encontrado doente ou morto, importante entrar imediatamente em contato com a Vigilância Epidemiológica Municipal ou o Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE)
Em contrapartida, quando um macaco for encontrado vivo e sadio, deve-se comunicar a Polícia Militar Ambiental local. Já para os macacos mantidos em cativeiro, a orientação é não soltá-los sem autorização prévia do órgão ambiental competente, pois a soltura desses animais silvestres é considerada crime ambiental previsto no Artigo 31, da Lei Federal supracitada.
Diante desse cenário, conclui-se que os macacos vêm colaborando para que os órgãos da Saúde Pública possam agir na prevenção e controle da doença, não sendo eles os inimigos da população, mas seus aliados na guerra contra a febre amarela.
Texto: Milena Rupiani Bonetto
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