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Goleiro Bruno, os políticos e as almas doentes de seguidores.

É infindável o assombro que causa a contratação do goleiro que confessadamente participou de um macabro ato que culminou com esquartejamento de uma mulher.

Todo este cenário evidencia uma sociedade literalmente doente.

Quando achávamos que a estupidez dos dirigentes do Boa Esporte, clube de futebol de Varginha/MG, havia chegado na estratosfera, novas surpresas surgem e descobrimos que as tolices de hoje sempre podem superar as de ontem, para um grupo de pessoas que enxergam as coisas sob uma ótica bem doente .

Notem que não basta a sandice da contratação do goleiro Bruno, os dirigentes vão além… falam calamidades, para justificar o malfeito, comprovando uma sociedade doente.

“Contratamos somente o profissional”, foi a declaração absurdamente baixa de um determinado dia, proferida por um dirigente … e dito isto, acreditávamos que nada mais obtuso poderia surgir.

Mas há sempre um novo dia … e aí conseguem superar o patamar da tolice anterior, através de nova declaração … e assim foi: “eu sei com quem minhas filhas andam”.

Esta última de causar aquela vergonha alheia num país inteiro, afinal ela foi direcionada para a mãe de Elisa Samudio.

O dirigente que a pronunciou, pisoteou sem dó numa mãe, que ainda não recebeu o cadáver da filha para o enterro e por tabela humilhou toda sociedade brasileira, escarrando sobre a justiça dos homens sem a menor vergonha.

Este é o perfil da nossa sociedade… doentes fanáticos dirigindo algumas empresas, agremiações, etc … e fanáticos também cegos, seguindo e apoiando de forma inconteste tudo isto.

Caro leitor, existem declarações e atitudes mais esdrúxulas do que as praticadas por aqueles diretores ?

Qual o motivo de tanta tolice?

Certamente a teimosia comum nos obtusos da alma, é uma das doenças presente no país.

Pois, após pessoas reunidas( imaginamos que não tenha sido somente uma) tomarem uma decisão de jerico pela contratação, resolvem sustentar a idiotice, pois “julgaram” que voltar atrás é pior que seguir adiante.

Então qual a solução? Seguir adiante piorando o desastre.

Mostram à sociedade e aos seus consumidores (torcedores), o pior lado de suas personalidades, sem nenhum pudor ou vergonha, através de uma visão social totalmente distorcida, que é a seguinte: fora do campo de trabalho não importa as atitudes do cidadão contratado.

Ora, ora, justamente a mesma postura utilizada por dirigentes políticos presos, e que parte da população em conluio, também apoia, não importando assim as atitudes pessoais destes cidadãos na sociedade.

E aí outra marca da tolice que assombra parte da nossa sociedade emerge … acreditar que seja possível “separar” a atitude profissional, da atitude pessoal, sinal eloquente de cegueira do sentido da alma.

Como se o ser humano tivesse “2 almas”, podendo utilizar uma “ alma boa”para algumas coisas , e reservando a “alma má” somente para quem “merece” castigo .

E quem é o “juiz” que “escolhe” quando a “alma boa” ou a “alma má” devem entrar em ação?

O dono da alma … sim, sim, ele é deus e sabe de tudo, pouco importando a opinião alheia.

A confirmar esta teoria, basta ouvir o discurso de Che Guevara no Youtube, confessando nos idos dos anos 60 que fuzilou algumas pessoas e que faria novamente caso “outras merecessem”.

E todo este cenário literalmente macabro, ganha a contribuição bizarra do protagonista psicopata da “vez”, o goleiro Bruno, que declara em sua primeira entrevista “eu não ligo muito para que as pessoas falam”, corroborando a sensação desta sociedade doente.

Doente também, porque as pessoas escondem-se atrás de um entendimento equivocado das máximas socráticas , que mais tarde foram abraçadas pelo cristianismo, sob a ode exemplar “Amar o próximo como a si mesmo”.

Argumentam esses incautos de práticas deploráveis, que amar o próximo, justifica a tolice em contratar uma pessoa que ainda não saldou sua dívida social, e que acima de tudo não demonstra, em declarações e atitudes (o cadáver de Eliza continua sumido), o mínimo sentimento do arrependimento.

Exatamente como se comportam políticos flagrados com a boca na botija … e que seus seguidores acham “normal”.

A este caldeirão de absurdos sociais, soma-se as pessoas que tiraram selfie com o goleiro, num falso “gesto cristão”, que são na verdade hipócritas de carteirinhas, doentes de plantão soltos em praça pública, pois jamais levariam para jantar em sua casa o goleiro Bruno para apresentar à sua filha, visando um matrimônio. Levariam?

Óbvio que não… mas arrotam a sabedoria de “dar outra chance”, mas claro que no quintal do vizinho, jamais em sua casa.

E fazem das famigeradas selfies com Bruno, uma marca insuperável de sua falsidade ideológica.

E foi justamente esta falsidade ideológica desses cidadãos, que os diretores do Boa Clube apostaram, expondo assim outra doença social, a hipocrisia, utilizando-a através da “tese” falsa, em dar uma “oportunidade” neste momento, à um cidadão distante milhares de quilômetros da recuperação.

Então ele não merece uma oportunidade?

Claro que sim, mas no momento que seu olhar mostrar aquele desconforto pessoal e vergonha do ato praticado, sinal evidente do arrependimento. Uma pessoa em fase de “recuperação”, andaria escondido pelos cantos da vida.

Sendo assim, esta falsidade ideológica dos cidadãos que apoiam a absurda contratação, é exatamente a mesma dinâmica falsa, que se vale os políticos criminosos diante de seus eleitores fanáticos.

Pois é neste olhar hipócrita que se vê no fundo dos olhos desses políticos corruptos, o mesmo olhar observado em Bruno, a mesma retina, a mesma íris … o mesmo cristalino.

Ambos cometeram delitos ferindo a sociedade através de algum crime praticado, portanto doentes da alma, porém com “especialização” diferente.

Transgressores que se defendem friamente na letra da lei, ou na letargia da justiça, dizendo que nada cometeram , apostam da mesma forma neste “nonsense” de uma população de pessoas que não enxergam um palmo na frente do nariz.

Exatamente como está fazendo Bruno e seus seguidores, pois a lei fria os permite isto.

E por que assim fazem? Porque a população apoia transgressões, enxergam estes atos com normalidade como falsários ideológicos da alma.

Esta verdadeira cegueira social, fica ainda mais manifesta, quando seu jogador preferido ou político, artista, é um ídolo a utilizar o manto dourado que acoberta o equivocado, com o nome de empáfia … aquela que dá as costas para opinião de parte da sociedade e que faz como encantador de almas acreditarem que é um ser “superior”.

Um tem direito a voltar trabalhar, jogando futebol … outros também de seguirem soltos, ou seguindo roubando de dentro das prisões, num mal exemplo à sociedade, dada a falta de arrependimento.

Nada de voltarem atrás em suas opiniões.

Portanto é bem possível e provável, encontrar no mesmo “cidadão /torcedor/eleitor”, a repulsa pelo retorno do goleiro violento, lado a lado com a “doçura” da complacência com outros tipos de crime (de políticos,artistas), apresentando assim uma dicotomia insalubre que emoldura as doenças da sociedade brasileira : hipocrisia direcionada a suas escolhas pessoais, amparada por um orgulho inquebrantável, tudo isto temperado com uma grande pitada de falsidade ideológica, de gente que jamais volta atrás, mesmo que seu ídolo seja um criminoso, político ou jogador.

Para esta gente, caixa 1 (superfaturada), caixa 2 , propina, direção embriagada que leva a morte, estupro e assassinato, surras na mulher, tudo isto tem atenuantes , conforme “certas justificativas”.

Uns tiram selfies … outros se envergonham delas.

Uns mentem em depoimentos … outros se envergonham deles.

E assim pensa que caminha a humanidade.

Texto: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br

Bruno

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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