A chegada de Paulo Guedes ao Ministério da Fazenda, nos obriga a algumas reflexões sobre o nosso passado e presente.
É assustador percebermos, que ninguém entende de Budget, limite dos recursos naturais e/ou financeiros, cabendo ao Ministro ter que explicar aos jornalistas e população em geral, que não pode gastar mais do que arrecada…isso é surreal.
Talvez porque somos um povo EXTRATIVISTA, que nada aprendeu em séculos de História.
Eduardo Bueno, em um dos seus livros, destaca que os portugueses levaram cerca de 6 milhões de árvores pau brasil para a “Matriz”, nos primeiros 250 anos de colonização, e obviamente acabaram com esta planta nativa, hoje extinta das nossas Florestas.
Naquela oportunidade alemães também já dizimavam a Floresta Negra.
Aprenderam? Claro, europeus (em geral) preocupam-se com questões ambientais, nos dias de hoje, controle de gastos, etc etc..
Tente gastar 5% além do Budget numa empresa europeia?
E aqui, aprendemos a preservar nossos recursos, com este duríssimo legado ambiental ?
Não e vejam mais …
Segundo o Prof. Dr. Carlos Faccina, ex-diretor da Faculdade de Economia Mackenzie, no ciclo do ouro nos idos de 1.700, o metal abundante do estado de Minas Gerais que vertia em toneladas das montanhas, servia para ornamentar Igrejas, num gasto incontrolável com filigranas.
Enquanto isso, naquele mesmo momento, explica Faccina, ingleses ensaiavam a Revolução Industrial utilizando o nobre produto em lingotes para diversos fins de produção em larga escala.
Aprendemos depois disso ?
Não, não… nenhum aprendizado para empregarmos adequadamente recursos, tanto que chegamos no ciclo da Borracha no final do Século XIX e o que fizemos?
Calçamos as ruas no entorno do belíssimo Teatro Amazonas( Manaus) , no auge da extração do látex das seringueiras, com borracha.
Sim amigos, as pedras grosseiras prejudicavam as carruagens, que transportava a fina plateia em coches almofadados, e, as rodas de madeira, produziam um ruído muito grande, “atrapalhando” o espetáculo.
Desenvolvemos rodas de borracha para as carruagens? Claro que NÃO… calçamos as cercanias, especialmente a entrada e resolvemos o problema.
Estas extravagancias de artistas, políticos e atores, segue incólume no presente.
Tanto que, até hoje, quando uma peça de teatro é lançada, os atores que torcem pelos seus colegas de trabalho , frequentam a “avant-première“ desejando sorte de uma forma muito singular.
Ao invés de desejarem, como gente normal, “muito sucesso”, “felicidades” , expressões tão comuns, desejam “ muita merda” … numa alusão ao tempo Imperial, pois se as ruas estivessem carregadas de estrume dos cavalos, era sinal de sucesso do espetáculo, em termos de bilheteria e público presente.
Ou seja, Paulo Betti, Jô Soares e José de Abreu, “phd´s” em economia e mercados, falam muita merda, entre eles (e para nós), até hoje.
Portanto, esta gente está ancorada no tempo Imperial, das carruagens, falando, consequentemente, merda até hoje.
Tanto que Dilma Roussef comprou uma usina em Pasadena(EUA), e ao invés de pagar US$ 350 milhões de dólares, (que já era muito), resolveu pagar uma multinhna para os antigos sócios, e inteirou o montante em U$ 1 bilhão de dólares… celebrando febrilmente o sucesso do negócio com os amigos falando… merda.
Da mesma forma, aconteceu com a Refinaria de Abreu e Lima, construída pela Petrobrás em Pernambuco, originalmente orçada em US$ 2,5 bilhões de dólares, mas que consumiu US$ 15,0 bilhões… um “pequeno” erro de planejamento.
E na inauguração falaram no discurso? … Merda , afinal estavam desejando sorte na “avant-première” … e assim sucessivamente foram “construindo“, “inaugurando” e sempre falando merda, desejando sorte ao nosso Brasil.
Por isso, prezado Ministro Paulo Guedes, por favor, tenha paciência com essa gente que vinha construindo o Brasil.
Somos um povo extrativista, que sangra cofres e florestas, e que até hoje segue falando muita merda na coxia do Teatro, na Televisão, ou em palanques, desejando sucesso uns aos outros.
E este simples colunista, também lhe deseja muita sorte , de forma tradicional, na condução desta difícil missão, mas solicitando-lhe acima de tudo. muira paciência.
Afinal, sabe-se que sua competência é extraordinária na condução do Ministério e portanto nem precisarás de sorte, mas muita paciência para explicar o óbvio para nossa gente, tá ?
Reforma da Previdência … corte de gastos, tudo é muito novo para eles, diante de hábitos de falar merda desde o Império.
Afinal como “economistas” entendidos, eles são ótimos atores.
Texto: Roberto Mangraviti
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