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Inconsciente coletivo … crenças brasileiras e o “goleiro” Moises

Inconsciente coletivo

Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, desenvolveu o conceito do inconsciente coletivo,  concepção da psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço , referente  a camada mais profunda da psiquê.

Este “inconsciente”  é constituído pelos materiais que foram herdados, e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres humanos.

Um exemplo bem comum destes materiais herdados, está na concepção universal de “céu e inferno” , sob o ponto de vista abstrato da eventual existência.

Acreditando ou não na existência deles, TODO ser humano refere-se ao Céu para cima  e Inferno para baixo    .

Por que ?

Pois dentro  da alma do ser vivente, tudo que é “denso”, “pesado”, está associado ao negativo e consequentemente desce ou afunda …portanto a alma do infeliz está pagando os pecados nas profundas do inferno …  BEM LÁ EMBAIXO.

No contraponto, aquele ser iluminado que um dia tenha norteado  nossas vidas; aquela grande pessoa ou  exemplo a ser seguido, é certamente uma alma abençoada…leve livre e solta a ser seguido, voa pelos ares do Universo sem fim,  sob às benção de Deus … onde ?  LÁ NO ALTO.

Sendo assim, o inconsciente coletivo atravessa séculos, sedimentando   gerações após gerações,  conceitos quase imutáveis.

E  sendo imutáveis, tornam-se perigosos, pois não “admitem” reflexões, revisões, ou evolução do conhecimento ancorado em novos tempos.

Ademais, a partir desse “inconsciente coletivo inquestionável”, crenças por vezes são manipuladas a serviço de agremiações perigosas e/ou interesses nada louváveis.

Inclusive quando a palavra “crença” é utilizada, invariavelmente associada a algo imutável ou dogmático,  dois segmentos e seguidores se “destacam” nesta jornada: Religião e Política.

Foi justamente este “binômio” das crenças perversas (política/religião), a estratégia política de Goebbels, arregimentando seus seguidores  para uma visão  de “raça superior” contra a “raça inferior” , utilizando uma religião (judaica) como pano de fundo para o desastre irreparável do Holocausto.

Mais recentemente, no nosso Brasil, foi tentado na inserção do “pensamento” ( não de uma raça superior) de um “grupo puro”, sem mácula… e deu no que deu !

Tentaram ainda,  disseminar  a crença que pessoas  devem “esperar ajuda”, ao invés de buscarem soluções e “colou” rapidinho.

Portanto, conforme exemplificamos acima, as crenças podem ser estruturadas de forma negativa, ao redor do inconsciente coletivo, sempre produzidas por políticos e “religiosos” e gente inescrupulosa em todas as frentes.

E se antigamente as crenças se consolidavam por séculos, hoje pela internet, 5 ou 6 anos são mais que necessários para desequilibrar mentes despreparadas, dada a maciça informação, repetida milhões de vezes.

Como combater  estas crenças, sinônimo de doenças?

Com estudo e interpretação adequados, sendo disseminados por gente interessada em construir espaços (como este) para alcançar uma sociedade mais justa.

Somente a informação qualificada transforma o cidadão, pois do contrário quando desqualificada ou mal interpretada, DEFORMA a mente da criatura.

Uma informação incorreta ou mal interpretada, muito usual,  por exemplo, encontra-se na Bíblia.

Na Genesis (4:2) consta “ E deu à luz mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas e Caim  lavrador da terra”.

Poucos sabem que a mesma Genesis, cita que  Caim e Abel, tinham um irmão mais novo, chamado Seti.

No inconsciente coletivo, controlado por crenças religiosas, Adão e Eva era o único casal no Jardim do Éden, sem explicar como a humanidade multiplicou-se sem que houvesse outras genitoras, além de Eva.

Porém a informação QUALIFICADA e CLARA , está na mesma Bíblia, para quem estuda, pensa e busca raciocinar com lógica.

“Após matar seu irmão , ( 4:17)  Caim foge para Norde,  desposando uma mulher de outra raça, que gerou diversos filhos”, relata o Livro dos Livros.

A crença “venceu” a informação desqualificada que passou a ser uma “verdade” , gerando talvez a primeira  “fake news”, milênios antes da internet.

Portanto os crentes ( aqui não falo de evangélicos ou de outra qualquer religião), sem perseverarem no Estudo “bíblico”ou qualquer estudo, seguirão acreditando em Adão e Eva como únicos, Céu e Inferno, Luta de Ricos contra Pobres, etc etc .

Concluímos que aos que estiverem interessados em evoluir, verdadeiramente, poderão aproximar-se  de outras terras do pensamento, descobrindo  sua própria Nordi, e como sugere Jung olhando para dentro de si … e assim como Caim, expurgar os erros e recomeçar.

Essas pessoas, que querem ir além, não devem perder tempo  debatendo com os “crentes” que ainda acreditam em utopias fracassadas e concentrar esforços em reconstruir a sociedade e a Nação, deixando de lado gente cercada de debates infrutíferos.

Pois para estes, o Profeta  Moises era um “goleiro”, como Rogério Ceni ou “São Marcos”, que agarrou as pedras com os 10 mandamentos arremessadas do céu, ou descidas através de barbante.

Para outros, Moises não era goleiro, mas um grande líder de um povo.

Um gestor literalmente,  com acertos e defeitos, mas que conduziu seu povo a um destino adequado, que é a contribuição que devemos dar por uma sociedade melhor,  onde quer que estejamos.

Texto: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br

 

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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