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Joaquim Levy – o brasileiro errado!

A queda do PIB no Brasil, no biênio 2015/2016, será a maior redução desde o desastre da quebra da Bolsa de Wall Street em 1929, em se confirmando as previsões dos analistas.

O cenário externo naquela oportunidade para os países tops, especialmente os EUA (que consolidaram sua liderança no cenário mundial no final da 2.a Guerra) era dramático, diferente na situação da atualidade. O total de instituições bancárias fechadas somente nas terras yankees nos anos de 1920/30, totalizou 14 mil estabelecimentos. Quebradeira jamais vista ! Foi um índice astronômico, que demonstra que a crise de 1929, é única na história do planeta, espalhando especialmente o terror para a vida dos norte-americanos, um país habituado ao pleno emprego, que teve 20% da população desempregada naquele tempo.

Mesmo assim, em que pese o desastre econômico vivido no mundo, que teve ainda em 1939 o início da 2.a Guerra e todo o novo desastre protagonizado por Hitler, o Brasil não viveu uma redução do PIB semelhante a que deverá ocorrer em 2015/2016, que atingirá 7% acumulados. Ou seja, citar a influência externa como fator determinante para a crise atual, nos leva a seguinte reflexão: ou não nos preparamos para crise de 2008 (infinitamente inferior a de 1929) para enfrentarmos a dinâmica externa atual ou talvez a crise não foi a responsável pelos problemas brasileiros. Escolha, caro leitor, a pior opção. Mas o fato é que serão necessários cerca de 15 a 20 anos para recuperarmos esta perda. Claro, pois um eventual crescimento normal de 1,5% ou 2 % ao ano a partir de 2017, será insuficiente para recuperar o que se perdeu (7%), especialmente se consideramos ainda que em 2014 o crescimento foi zero, pois esta é a herança da gestão de Guido Mantega.

Portanto, assusta-nos perceber que parte da sociedade brasileira desconhece História e demonstra incapacidade de entender a dimensão do problema que estamos vivendo atualmente. Misturam política partidária com economia, desprezando a realidade “existencial” com uma habilidade impressionante, colocando-se próximo de uma doença crônica de cegueira.

Isto se torna mais evidente e cruel (a todos os brasileiros), quando o noticiário do Portal o Estado de São Paulo de 09 de janeiro, informou que o ex-ministro da fazendo, Joaquim Levy , demitido em 19 de dezembro, é o novo Diretor do Banco Mundial. Levy, que houvera proposto uma política econômica austera, lastreada em cortes de gastos do governo, não completou 1 ano de gestão a frente do ministério. A lógica indica que a demissão do ex-ministro ocorreu por não estar preparado para enfrentar o conturbado cenário internacional, como estava Mantega. Porém Joaquim Levy, sequer cumpriu o “aviso prévio” de 30 dias e nem receberá a primeira parcela do auxílio desemprego, pois já foi contratado para dirigir o Banco Mundial. Ironicamente, Levy dirigirá uma mega instituição de fomento, voltada a superar crises mundiais, fator este tido como responsável pela crise brasileira. Ou o Banco Mundial, após 1 ano da saída de Mantega ( que ficou 4 anos a frente do ministério da fazenda) não sabe direito para quem empresta dinheiro e não entende de crises mundiais … ou contratou o brasileiro errado !

Autor: Roberto Mangraviti

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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