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Monteiro Lobato… soberba e bullying cultural!

Vivemos, no Brasil, responsabilizando os outros pelos nossos insucessos. Nossos governantes assim o fazem, num péssimo mau exemplo de soberba. Qualifica-se como soberba, a postura que leva o ser humano imaginar-se superior a outrem. É a exaltação maior do ego, do orgulho ou do sentimento ilegítimo ao julgar possuir conhecimentos que dispensam a opinião alheia.

Atualmente, no campo da economia, vivemos esse exemplo de forma  absoluta. A crise aguda vivida em 2015 no mercado interno é decorrente, na visão de muitos cegos, da crise do mercado externo… desde 2008.  Imaginem! Naquela oportunidade era uma marolinha, agora é um problemão… 07 anos depois. Quanto tempo perdido!

A verdade é que o Brasil padece desse mal crônico: a soberba bloqueia o conhecimento humano em todas as frentes do saber impedindo o desenvolvimento da economia e ainda prejudicando o reconhecimento da cultural nacional. O exercício da soberba valoriza aquilo que não deve ser feito no presente protelando por anos incontáveis aquilo que deveria ter sido feito.

Um dos maiores exemplos deste “bulling cultural” atende pelo nome de Monteiro Lobato.

Este grande patriota, foi aprisionado em 1941 por acreditar que havia petróleo no Brasil. Suas cartas ao então presidente da república Getúlio Vargas, reclamando da falta de uma política energética na área petrolífera (como ocorria nos EUA) levou-o a prisão. Passado mais de meio século, fundada somente em 1953, a Petrobrás está aí  para comprovar a visão do grande Lobato: há muito petróleo neste país e faltam política energética e competência.

No campo da cultura, a delonga não é menor quanto ao reconhecimento da grandiosidade da obra de Monteiro Lobato.

Quem não se deliciou, sonhou ou viajou na cauda de um cometa com Lobato?

Se houvesse nascido nos EUA, Lobato com seus textos infantis teria gerado uma Lobatolândia na Flórida, pois certamente algum investidor não perderia a oportunidade de levar as histórias o Sítio do Pica Pau Amarelo para as colheitas de milho norte americanas. Vale destacar que a Disneyland foi inaugurada em 1955 e o livro “Viagem ao Céu” onde Pedrinho e Narizinho viajaram pela via láctea, foi escrito décadas antes (1932).

Somente em 2015, um órgão oficial do governo brasileiro decidiu fazer um documentário sobre este mestre da cultura nacional, Monteiro Lobato. A ANCINE- Agência Nacional do Cinema está destinando 01 milhão de reais para a realização de um documentário sobre nosso grande personagem. Ou seja, um petrolão de século depois, será destinado um valor insignificante representando menos de 1% do que Pedro Barusco devolverá aos cofres público por desvios criminosos, para contar a história deste gênio. Corremos ainda o risco de a Tia Anastácia ser interpretada por uma loira para parecer politicamente correto (pura hipocrisia!).

Fica claro que: na genialidade de um só brasileiro, perdemos um mar de oportunidades em todas as frentes. E de “marolinha” em “marolinha”, vamos desqualificando nossos valores.

Para se avaliar uma oportunidade ou uma grande ideia, há que se ter humildade. Quando se encarcera um gênio como Lobato é sinal no mínimo de soberba, que impera como uma doença que cega a sociedade nacional.

Se desejarmos melhorar o Brasil, teremos que ter humildade de reconhecer nossos equívocos. No momento em que aprendermos isto, um Lobato terá sido descoberto pelo mundo, muito antes que um Walt Disney e a Petrobrás e será maior que a Exxon Mobil.

Edição de 1932 – Fonte: Imagens de www.anosdourados.blog.br

Monteiro Lobato1

Edição de 1958 – Fonte: Imagens de www.anosdourados.blog.br

Monteiro Lobato2

 

Autor: Roberto Mangraviti

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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