Um novo estudo publicado na revista científica Environmental Science & Technology informa que, em dias quentes, as plantas se tornam uma fonte surpreendentemente grande de poluição do ar.
Plantar árvores é muitas vezes considerado como uma estratégia para tornar as cidades mais verdes, mais limpas e saudáveis.
Mas durante as ondas de calor, as árvores da cidade realmente aumentam os níveis de poluição do ar. Quando as temperaturas aumentam, cerca de 60% do ozônio no solo é criado com a ajuda de produtos químicos emitidos por arbustos urbanos.
Embora os achados pareçam contra intuitivos, acredita-se que os resultados não significam que os programas focados no plantio de árvores nas cidades devem parar.
Em vez disso, são necessárias medidas mais rigorosas para controlar outras fontes de poluição do ar, como as emissões dos veículos.
Os benefícios das árvores da cidade incluem ajudar a reduzir o escoamento das águas pluviais, proporcionando sombras de resfriamento e conversão de dióxido de carbono em oxigênio.
Mas a pesquisa também mostrou que as árvores e outros arbustos liberam produtos químicos que podem interagir com o ambiente ao redor, produzindo ar poluído.
O que acontece é que o isopreno, pode reagir com compostos humanos, tais como óxidos de nitrogênio, para formar ozônio no solo, um gás incolor que pode ser perigoso para a saúde humana.
Monoterpenos e sesquiterpenos também reagem com óxidos de nitrogênio, e quando o fazem, muitas partículas pequenas, semelhantes ao fuligem, acumulam-se no ar. Nas cidades, carros e caminhões são as principais fontes desses óxidos.
No novo estudo, Galina Churkina, da Universidade Humboldt de Berlim e colegas, compararam simulações de concentrações químicas emitidas a partir de plantas na região metropolitana de Berlim e Brandemburgo.
Os pesquisadores concentraram-se em dois verões: 2006, quando houve uma onda de calor, e 2014, quando as temperaturas eram mais típicas.
Nas temperaturas máximas diárias normais do verão, cerca de 25 ° Celsius em média, as emissões químicas das plantas contribuíram para cerca de 6 a 20 por cento da formação de ozônio nas simulações.
Nas temperaturas máximas durante a onda de calor, quando as temperaturas aumentaram para mais de 30 °C, as emissões das plantas aumentaram, aumentando a sua participação na formação de ozônio até 60 por cento. Churkina diz que ela e colegas não ficaram surpresas ao ver a relação aparentemente contrária entre plantas e poluição. “Sua magnitude foi, no entanto, bastante surpreendente”, diz ela.
Os resultados, ela observa, sugerem que as campanhas para adicionar árvores aos espaços urbanos não podem ser feitas isoladamente. A adição de árvores melhorará a qualidade de vida somente se tais campanhas forem combinadas com a redução radical da poluição de veículos motorizados e o aumento do uso de fontes de energia limpas, diz ela.
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http://sustentahabilidade.com.br/mangue-um-bercario-ameacado/
Texto: Karen P Castillioni
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Figura:
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