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Quem deve gerenciar Qualidade, Segurança e Sustentabilidade?

QMRS-RS

O típico organograma corporativo não é o mais o mesmo!

Evoluiu da grande quantidade de caixinhas para uma estrutura mais limpa, linhas pontilhadas em grande parte desapareceram.

O departamento de QSMS-RS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente, Saúde, Responsabilidade Social) que sempre foi movido ao redor finalmente está tendo seu próprio espaço graças a uma cultura de gestão de sustentabilidade cada vez mais exigida pelas partes interessadas.

Não sei quantas vezes presenciei o departamento de QSMS-RS e Sustentabilidade mudar de diretorias nesses anos de trabalho, até chegar a sua própria diretoria (raro, mas estamos chegando lá).

No entanto, em muitas organizações, os profissionais ainda preencham um papel de objeto específico da gestão, sem uma visão ampliada da posição.

Neste modelo de organização, supervisores e gerentes operacionais tendem a deixar os profissionais de QSMS-RS gerenciar o QSMS-RS enquanto eles cuidam dos “negócios e produção”, acreditando que não tem nada a ver com a sustentabilidade do negócio.

Aí encontramos a diferença em quem somente tem uma política e um setor de QSMS-RS pela ” exigência do cliente” e as que realmente têm a cultura de QSMS-RS & Sustentabilidade disseminada entre seus colaboradores.

Infelizmente, e ainda comum, lembram-se do QSMS-RS quando acontecem eventos desagradáveis!

Nesses + 30 anos trabalhando na área, ainda soa em minhas memorias as expressões ou reclamações que sempre ouvia, de que a” culpa era do QSMS-RS ou pela ausência deles”, que não foi posto um cinto, ou um capacete ou causou um derrame de óleo e por isso o acidente aconteceu.

Sempre pensava com os meus botões porque eles mesmos não o fizeram naquele momento, somos ou não somos uma empresa só, SEGURANÇA NÃO É DE TODOS?

Quando trabalhava no norte da África uma vez, recebi uma ligação do gerente do projeto que ele estava atrasado na produção, pois a culpa era minha e de minha equipe,

Pois não tinha ninguém da segurança para levantar uma simples cerca de nylon de proteção às valas!!!!.

Neste momento realizei a distância entre esses dois mundos, quando deveriam caminhar juntos pelo bem do negócio.

Existem vários problemas potenciais com este modelo que levaram muitas organizações de alto desempenho a realizar alterações para uma gestão de sustentabilidade.

Nesses anos na área pude observar o seguinte neste modelo que considero ultrapassado, mas ainda existente em grande parte:

Criaram uma dicotomia artificial entre produtividade e QSMS-RS com colaboradores respeitando somente as prioridades do encarregado de produção.

E quando outra pessoa aparece com um conjunto de prioridades como, por exemplo, a qualidade ou segurança, os dois tendem a entrar em conflito.

Colaboradores ainda enxergam o QSMS-RS como algo que compete com o trabalho deles.

Passando a gestão da área ser uma mera distração da produção ou melhor reduzir esta.

Quando se fala em gratificações, aumentos e promoções são sobre o setor da produção, ao invés de incluir o QSMS-RS, e a dicotomia se aprofunda ainda mais.

Muitos não realizam qual o custo de uma obra sem controle de qualidade, sem segurança ou quando causam um acidente ambiental.

Permitem supervisores e gerentes de produção com o raciocínio de que o QSMS-RS é responsável pelo QSMS-RS, e não existe razão da produção se preocupar com isso.

Eles se sentem livres para se concentrar em obter o produto fora da porta, ou os serviços entregues.

Poderiam dedicar tempo além do treinamento operacional e poderiam treinar sobre segurança, por exemplo, acabando com essas dicotomias entre produção e QSMS-RS, e estabelecer o conceito mais unificado de produção segura.

A gestão de QSMS-RS deve ser parte integrante da produção e separando-as, criam uma mentalidade artificial e perigosa que resultam sempre grandes em perdas.

Distrai o pessoal do QSMS-RS sobre suas verdadeiras funções como, por exemplo, os profissionais de segurança que têm de ser sempre visíveis na área de produção, desenvolvendo uma mentalidade de pastorear gado.

Não tendo o tempo para analisar os dados ou desenvolver estratégias proativas, e passando a ser somente captores de infratores da política de QSMS-RS.

Não obstante que se encontram carregados com papelada regulamentar, bem como supervisão diária e problemas disciplinares, o que geralmente significa que algo foi negligenciado.

É de a natureza humana cuidar das questões urgentes e negligenciar os importantes.

A ideia de que os trabalhadores devem ser “controlados” é absurda e contrapõe para um desenvolvimento de cultura de sustentabilidade eficaz.

É necessário desenvolver uma cultura nesta direção, o esforço é recompensado pela diminuição da necessidade de fiscalização.

Se profissionais de QSMS-RS assumem o papel de policiamento constantemente, gerenciando os trabalhadores, não têm tempo para melhorar e desenvolver a cultura de QSMS-RS.

Mudar o organograma sozinho não é a resposta.

A solução é a reestruturar as funções e responsabilidades.

Estas redefinições de responsabilidades do cargo exigem ajustes, bem como formação complementar, mas tem o potencial para resolver estes problemas comuns e permitir que a cultura de QSMS-RS tenha uma melhoria significativa.

A produção deve assumir a responsabilidade diária da supervisão de QSMS-RS, junto à força de trabalho.

Uma vez que eles já estão supervisionando trabalhadores em outros aspectos, a magnitude desta responsabilidade adicional não é tão grande como normalmente se imagina.

A definição de só produzir passa a ser expandida para uma produção com gestão de Sustentabilidade.

A gestão do QSMS-RS passa a fazer parte no dia a dia da produção e, não mais um conjunto de normas ou atividades que alguém deve ser o responsável, menos nós da produção.

Os responsáveis de cada área de QSMS-RS passam a ser suporte para gerentes de produção e supervisores.

Novas organizações com uma nova estrutura, cultura organizacional forte, com foco no resultado junto a ações de sustentabilidade, levam os trabalhadores a enxergar o QSMS-RS como parte integrante de seu trabalho e um elemento crítico a melhor produtividade.

Texto: Roberto Roche
contato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Roberto Roche

Desenvolvedor de estratégias, nas áreas de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente, Saúde e Responsabilidade Social com pós-doutorado na Aberdeen University (RU), MBA em Harvard (EUA), PhD em UCLA(EUA), MSc/ (EUA) e BSc /UFRJ.

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