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Urano pode ter duas luas desconhecidas

O estudante de doutorado da Universidade de Idaho, Rob Chacia, está conduzindo um estudo com dados gerados há 30 anos com a passagem da sonda Voyager 2 por Urano. O trabalho sugere que o planeta tem duas luas ainda não detectadas, bem pequenas, que orbitam o planeta perto de dois dos fracos anéis uranianos.

Chacia está analisando padrões de manchas dos anéis em imagens feitas pela Voyager 2 em 1986. Durante esse trabalho, ele notou que há manchas que se repetem periodicamente no anel alfa, um dos mais brilhantes anéis do planeta.

“Quando você olha para este padrão em locais diferentes ao redor do anel alfa, o comprimento de onda é diferente – que aponta para algo mudando como se você fosse viajar ao redor do anel e, assim, quebrasse a sua simetria”, explica Matt Hedman, professor assistente de Física na Universidade de Idaho e membro da equipe de Chancia.

O estudo tem se mostrado bastante versátil uma vez que usa, também, dados da missão Cassini que está atualmente em Saturno, um planeta com anéis mais visíveis. O estudo sobre o comportamento dos anéis de Saturno está sendo usado para base comparativa com as análises sobre os dados da Voyager 2. Chancia e Hedman, então, acabaram descobrindo que o padrão das manchas nos anéis de Urano é bastante similar as machas causadas pelas luas de Saturno em seus anéis.

Os pesquisadores estimam que as luas em Urano têm entre 4 a 14 quilômetros de diâmetro – luas pequenas.

Urano possui 27 luas que, curiosamente, recebem nomes contidos em obras do escritor William Shakespeare. São elas: Cordélia, Ofélia, Bianca, Créssida, Desdémona, Julieta, Pórcia, Rosalinda, Cupido, Belinda, Perdita, Puck, Mab, Miranda, Ariel, Umbriel, Titânia, Oberon, Francisco, Caliban, Stephano, Trinculo, Sycorax, Margaret, Prospero, Setebos e Ferdinand.

“Nós ainda não vimos as luas, mas a ideia é que o tamanho delas seja tão pequena que acabaram não sendo detectadas de modo preciso pela Voyager cujas imagens não eram sensíveis o suficiente para detectar essas luas”, comenta Hedman.

Se as luas forem mesmo confirmadas, o entendimento sobre os anéis finos de Urano pode ser melhor compreendido.

“É emocionante ver o histórico de exploração da Voyager 2 em Urano ainda contribuir com novos conhecimentos sobre planetas”, diz Ed Stone, um dos cientistas do projeto Voyager na Caltech, Califórnia.

Texto: Cristian Reis Westphal
contato@sustentahabilidade.com.br.br

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Escrito por Cristian Reis Westphal

Estudante de Engenharia Química. Desde 2009 lidera o projeto Ciência e Astronomia, que compartilha informações nas áreas da ciência e astronomia. Trabalha com divulgação científica em escolas e disponibiliza telescópios para observações em praças.

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