A Depressão de 1929, foi e ainda é, o epicentro de um dos maiores desastres da Terra , culminando uma década depois com a chegada de Hitler, uma espécie de Coronavírus, misturado com Dengue, Febre Amarela e Aids daquele tempo.
O fim da 1.a Guerra (1914/1918), gerou o Tratado de Versalhes (1919) que deveria encerrar aquela desastrada disputada mas não conseguindo, após imporem uma multa impagável à Alemanha, pelo “custo” da guerra.
Segundo o economista John Maynard Keynes, o “tratado”, abriu as portas para hiperinflação de 1923, crise de 29 e a ruína e desemprego sub-sequentes, que foram o caldo de cultura do nazismo (1939-1945)… ou seja 1/2 século de desastres sistêmicos.
Keynes, através de seu livro, “As Consequências Econômicas da Paz” lançado em 1920 , anteviu até o risco do surgimento de um líder maluco para resgatar a multa imposta à Alemanha… e assim aconteceu, como uma espécie de “Mãe Dinah” da política mundial.

No “chutômetro” de hoje, pode-se dizer que aquele cenário era muito pior que o atual, afinal não havia sequer 15% de países democráticos no Planeta, e tampouco as soluções eram integradas como são hoje.
Óbvio que o mundo entrará numa Depressão Econômica e emocional tendo o corona como gatilho , mas dificilmente teremos 10 ou 15 anos contínuos delas, como aconteceu no século passado.
Lembrando que após aquele momento, o Planeta viveu o maior período de crescimento que se teve notícia, em “QUASE” todas as frentes, e provavelmente este fenômeno se repetirá, pós coronavírus.
Contudo as lições do pós guerra, mostraram que a “reconstrução”, tem riscos também, pois não se pode reconstruir a qualquer preço.
Assim foi com a exploração de recursos desmedidas, via emissão de gases de efeito estufa , desequilíbrio ambiental com proliferação de vetores de doenças, que moldou a dinâmica da jornada reconstrutiva do século XX, com raríssimas vozes contrárias a este modelo perigoso.(1).
E no afã de produzir em larga escala com a necessária em vendas para escoar a produção em larga escala, todo o foco dos negócios foi voltado na distribuição/marketing e consumidor. Por sinal, o termo “consumidor “ esteve desassociado ao ser humano, como se o “consumidor fosse um ET , sem alma humana. Alguns renomados pensadores, dentre eles Philip Kotler, no início do Século XXI, passaram a associar bons negócios e vendas revendo este cenário e dando ênfase a crescente Espiritualidade desse “consumidor”.

Portanto um esquecimento alarmante da visão espiritualizada norteou todo Século XX, na forma de gerir negócios, recursos e pessoas, com o abandono da Religiosidade no modus operandi de vida, substituindo-a de forma disfarçada por Religião.
É claro que seres humanos espiritualizados através da Religiosidade são metas planetárias sócio ambientais lícitas e necessárias.
Ao passo que Religiões, quando devidamente aplicadas, são simplesmente ferramentas ou escadas para alcançarmos estes objetivos … e não o inverso como temos visto proliferar indevidamente.
Religiosidade é a ação que eleva o pensamento, INDEPENDENETE DA RELIGIÃO… é um “up grade“ da inteligência convidada a renovar-se todos os dias, típico da visão do filósofo Santo Agostinho (354 DC- 430 DC)
Contudo agora, a religiosidade está sendo “conclamada” pelos 4 cantos… desde políticos, passando pelo lideres religiosos, desaguando nos amigos do Facebook.
E nos dias de hoje, é um tal de vamos orar aqui… vamos orar ali, intermináveis.
São movimentos muito bem vindos, desde que amparados numa visão de 360◦ sobre o ato de “orar”, na forma em elevar a fé raciocinada no objetivo de expandir a alma humana, ao invés de pedir para “matar” um vírus como muitos preconizam como um “compromisso” endereçado à Deus.
Além do mais, por vezes, os organizadores destas correntes do bem, convocam seus amigos das Redes para a tal união de manhã, e depois do almoço promovem uma guerra nas redes, desancando o presidente , que dia sim dia não, pouco ajuda nesse sentido, soltando suas “pérolas” desnecessárias.
Noutro momento, quando o Governador de São Paulo destina verbas que incentive as pessoas ficarem em casa, ouvindo trovadores nas janelas cantando … um outro grupo (neste caso defensores do presidente) destilam um ódio mortal pelo encaminhamento de verbas para essas ações que contribuem para o equilíbrio emocional, que não estão em detrimento dos recursos às UBS’s.
Nestes casos, a ignorância em Economia somente é superada pela ignorância Espiritual, pois se encaminharmos 100% dos recursos para Saúde, destruiremos o Transporte, que transporta a Saúde.
É o dilema descrito por Samuelson (1915-2009), Premio Nobel da Economia em 1970 (2), descobrir o “break even” … quanto devemos investir em canhões e quanto em manteiga ? … escolhas difíceis especialmente diante de crises.
Enfim , “orar” exige estudo de lógica, economia, história e fé raciocinada, justamente para obter-se equilíbrio para tomada de decisões de forma certeira, e dispensa críticas apaixonadas da turma do Fla X Flu, pró Bolsonaro ou contra Bolsonaro.
Pois até a própria atitude de Orar possui esses atributos que estão associados a Neuro Linguística, para alcançar seus objetivos.
Tanto que existem diferenças cognitivas entre Prece e Oração.
A primeira possui dinâmica passiva, e coloca nas Mãos de Deus nossas súplicas, para sermos atendidos e acolhidos .
Já a Oração, é ativa , e coloca em nossas atitudes o “ start” do processo … “Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz, onde houver ódio que eu leve o amor” assim escreveu São Francisco (1.181-1.226)
Percebam que o notável líder, toma para si o compromisso clamando que ”EU“ leve o amor… somos portanto sujeitos partícipes do compromisso transformador, na visão franciscana.
E segundo a Medicina, a serotonina que é um hormônio neurotransmissor, que atua fazendo a comunicação entre as células nervosas, é produzida quando justamente há equilíbrio orgânico e do pensamento, obtidos em especial nestas situações de prece ou oração, quando ambas nos coloca em reflexão interna e introspectiva de acalmia.
Portanto “Orar” para nos conectar com Deus, Alá ou o Criador … segue uma linha de estado mental de plenitude , de gerar bons fluídos e defesas orgânicas, impossível para quem vive batendo uma no cravo e outra na ferradura.
Claro que não iremos transformar uma Sociedade orando de manhã e desancando governantes de qualquer partido a tarde.
Tampouco, será educativo de forma continuada, orar dias a fio e largamos depois estas ações construtivas , como foram historicamente abandonadas na trajetória da humanidade, que insiste após crises, pegar somente a parte que lhe interessa do aprendizado…voltando em seguida aos seus interesses individuais e /ou partidários.
Foi assim após a Revolução Francesa, que clamava por “Liberdade, Igualdade e Fraternidade ”. Naquele momento, a ala dos liberais da economia focaram na Liberdade exclusivamente, contrariamente aos comunistas que focaram na Igualdade exclusivamente… e ambos esquecendo-se da Fraternidade .
Felizmente muitas frentes de bons exemplos estão surgindo para equilibrar o caos, como da indústria da F1, que colocou a tecnologia a serviço da Humanidade de forma literalmente “veloz” e fraternal.
E esperamos que maus exemplos, como desses hatter’s do Facebook ou religiosos sem fé raciocinada, não contribuam para uma “Versalhes do Século XXI” impondo sanções indevidas, à China pela possível disseminação do Corona.
Pois passada a crise, seitas econômicas engessadas sucumbirão por si … líderes popularescos serão lançados na vala do esquecimento … e parcelas da sociedade que destilam ódio ao invés da construção, estarão no último vagão do trem para Futuro.
Cabe a todos nós, focarmos nestes princípios elevados, tendo a humildade de opinarmos MENOS para estudarmos MAIS … afinal a Historia lembrar-se-á de São Francisco pela Eternidade, e não terá uma só lembrança desses hooligans da internet….
Texto: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br
(1)Gro Harlem Brundtland, enviada especial das Nações Unidas para Mudanças Climáticas que redigiu “Nosso Futuro Comum “ (Our Common Future), criticou a emissão de gases etc.
(2) O trade-off clássico, apresentado pelo economista Paul Samuelson, refere-se à decisão de uma economia entre produzir canhões ou manteiga. Quanto mais se gasta em armas (defesa nacional), menos se pode gastar em manteiga (bens de consumo). Em 1970, Samuelson ironizou a expressão PNB como Poluição Nacional Bruta.