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Centrífuga artesanal de sangue para detectar Malária em países sem recurso

Por apenas 20 centavos, é possível fazer uma centrífuga de papelão, corda e velcro. Um artigo revisto por pares tem demonstrado que este engenho artesanal pode separar rapidamente o plasma do sangue e ser usado para diagnosticar a malária onde as instalações médicas não estejam disponíveis.

As centrífugas funcionam criando gravidade artificial, fazendo com que as misturas se separem com base na densidade. Esta capacidade é usada para tudo, desde testar a tolerância de um astronauta para forças extremas, até enriquecer urânio para energia nuclear ou armas nucleares. O principal uso, no entanto, é nos laboratórios médicos, onde eles podem rapidamente separar o sangue e outros fluidos corporais em partes para o diagnóstico ou transfusão.

As centrífugas biomédicas não são os equipamentos mais caros, porém elas ainda podem estar fora da faixa de preço de clínicas de saúde nas partes mais pobres do planeta, e sua ausência custa vidas. A Dr. Manu Prakash, da Universidade de Stanford se perguntou se era possível fazer algo mais barato.

Com o disco feito de cartão rígido, a linha de pesca feita de cordas, e as alças feitas de madeira ou PVC, a coisa toda pode ser montada em quase qualquer lugar. Observações em câmera lenta de como esse trabalho de “centrifugação” é feita, ajudou Prakash a refiná-lo para que a separação pudesse ocorrer muito mais rapidamente do que os modelos de baixo custo existentes.

Alimentado por nada mais do que um enrolamento e desenrolamento de duas cordas, as menores versões do dispositivo de Prakash pode ser girado a 125.000 rotações por minuto na mão, no qual o plasma pode ser separado do sangue em menos de dois minutos.

A força experimentada pelo sangue nessas condições é 30.000 vezes maior que a da gravidade. Quinze minutos são suficientes para criar o que é conhecido como o revestimento buffy, a camada de sangue centrifugada contendo a maioria dos glóbulos brancos e plaquetas, que pode ser usado para o diagnóstico de malária.

Texto: Cristian Reis Westphal
contato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Cristian Reis Westphal

Estudante de Engenharia Química. Desde 2009 lidera o projeto Ciência e Astronomia, que compartilha informações nas áreas da ciência e astronomia. Trabalha com divulgação científica em escolas e disponibiliza telescópios para observações em praças.

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