in , ,

E agora José ?

Nicolas Maduro

Premiar alguém deveria significar algo definitivo, e praticamente inquestionável.

Claro que por vezes, poder-se-á premiar um grande atleta que venha batendo recordes, para em seguida descobrir que o mesmo tenha utilizado doping. Fazer o que?

Retire a premiação, simples assim, o falsário que se vire com a História.

É claro que a palavra definitivo, sempre corre algum risco, pois nada é definitivo.

Mas, teria alguém algo a dizer contra a história de Madre Teresa em defesa dos pobres? Difícil uma só voz levantar-se contra uma trajetória de  vida imensa dedicada a uma causa, com um legado absoluto, deixado para gerações vindouras.

Contudo para a José Graziano, Diretor da FAO – Foods and Agriculture Organization – das Nações Unidas, “legado” é um termo que não  necessita de 24 horas de atitudes discutíveis, para “virar “ definitivo na “história” da humanidade.

A comprovar esta tese, perdura a premiação obtusa prestada para Nicolás Maduro, presidente da Venezuela em 2015, pelo “combate a fome” naquele país, outorgada pela FAO-ONU.

Além da tragédia anunciada que a gestão de Maduro proporcionou desde o início, a premiação fere a visão nobre e inteligente da mesma ONU, como de Gro Harlem Brundtland, ex-primier da Noruega que entre 1983 e 1987 presidiu à Comissão Brundtland, da Organização das Nações Unidas, dedicada ao estudo do meio ambiente e a sua relação com o progresso.

Gro, médica dedicada a saúde pública, apresentou em 1987 a proposta de desenvolvimento sustentável, que representa “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades”.

Ou seja, uma proposta tão objetiva de uma líder de trajetória inquestionável (até hoje) produzida no século passado, bate de frente, e violentamente, com a premiação concedida a Maduro, José Graziano.

Para piorar esta controversa premiação, iniciamos 2018 onde a mesma FAO , pede US$ 1,06 bilhão de dólares para atender 26 países durante o ano em curso, em razão de conflitos e desastres naturais.

Nada mais inadequado do que premiar um político, que no exercício da sua função, utiliza as verbas recolhidas de impostos suados com sangue de contribuintes, porque teria, eventualmente, cumprido uma mera OBRIGAÇÃO… e no mesmo diapasão, anos depois, solicitar verbas para famintos do mundo(inclusive da Venezuela).

E no caso de Nicolás Maduro, que nem sua obrigação cumpriu ( em usar corretamente as verbas entre outras), abre-se  uma brecha perigosa , pois a FAO passa a impressão que premia qualquer um que passa na porta da entidade.

Mais ainda, permite que cidadãos concluam que a entidade emprega pessoas que, ao invés de respeitar o conceito de “nações unidas” diante de compromissos mundiais, utiliza o órgão para promulgação de políticas partidárias rasteiras, como se viu na premiação da FAO .

ONU

E nesse temor desta ferida aberta pela FAO, uma entidade da ONU, cabe perguntas outras, inevitáveis.

Fiscalizar armas nucleares , está a cargo de alguém com a mesma visão de Graziano ?

Fiscalizar a devastação da Floresta Amazônica está a cargo de quem?

E o combate as drogas ?

A perseguição religiosa?

Refugiados?

Já passou da hora da ONU rever esta postura diante da Venezuela, e respeitar uma parcela do mundo que sabe ler jornais e entender o que está acontecendo no Planeta, antes de pedir US$ 1 bilhão de dólares, para o bem de uma instituição que certamente possuí gente séria.

E agora José como fica este pedido?

Diga Graziano!

 

Texto: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br

Outros Textos do Autor:

Tratamento do Dr. Barbuto contra o Câncer ganha repercussão internacional

IDI- Índice de Desenvolvimento Inclusivo, debatido em Davos.

 

O que você acha?

Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Empório Mata Atlântica

Empório Mata Atlântica com picolés de Uvaia e Juçara.

Centopeia atacando um rato

A mordida da centopéia