Roberto Mangraviti
Assista aqui o trailer.
Baseado no livro homônimo de Mário Filho, o filme “O Negro no Futebol Brasileiro”, com trilha sonora do Mestre Robson Miguel, entrará em cartaz em junho próximo.
Trazidos como escravos da África a partir dos idos de 1600, os negros começam a ingressar com maior profundidade na sociedade brasileira por intermédio do futebol.
Emprestando uma nova forma para o jogo, com elegância e terminologias próprias, os negros proporcionaram uma fusão esportiva com os brancos, que até então mantinham os africanos e descendentes, totalmente a margem da sociedade.
E através desta integração de raças, incluindo os índios, as características estéticas desse esporte foram se amoldando, a começar pelo drible, que nasceu da proibição de tocar na pele do branco… e assim o negro trouxe, acidentalmente, a emoção que popularizou o esporte.
Jogado sempre em dias e horários com menor possibilidades de chuvas, os lenços se espalhavam pelas plateias em dias quentes, que eram “torcidos” especialmente pelas mulheres, diante da tensão dos possíveis choques físicos entre brancos e negros, nascendo assim a expressão “torcida”.
Não foi por acaso que a “galera” sempre vibrou, terminologia decorrente dos galeões vindos da África, onde se assistia a viagem, pelas laterais das naus, como nas arquibancadas, onde o centro do evento estava no mastro central do tombadilho, num verdadeiro estádio flutuante.
Se na origem do jogo, os negros contribuíram no conceito estético, nos anos seguintes, na prática, construíram o mosaico das conquistas brasileiras com inesquecíveis jogadores.
Assim, depoimentos exclusivos de personagens lendários, como Romário, Adriano Imperador, Dadá Maravilha, chegando até o Rei Pelé, recheiam de emoção o cenário abordado pelo filme.
E para retratar esta trajetória histórica, a negritude do Mestre Robson Miguel tocando suas próprias composições, no seu majestoso violão solo, ou ainda acompanhado por banda e orquestra criadas especialmente para esta trilha, exalam toda a sonoridade plurirracial brasileira, com a participação especial do multi instrumentista Max Pianura, filho do violonista.
Todo este contexto harmonioso, está “temperado” com influências musicais, afro, inglesas, italianas, alemãs, num verdadeiro caldo de cultura, culminando com samba, choro e funk carioca brasileiros, comprovando que musica e futebol, andam de mãos dadas nos 4 cantos do mundo.
Assista a própria construção da identidade brasileira, num filme LC Barreto Produções, produzido com esmero por Paula Barreto, com direção cuidadosa de Gustavo Acioli, num filme imperdível para os olhos… e para os ouvidos também, através da arte musical de Robson Miguel.
