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Novidades na medicina: cordas vocais poderão ser construídas em laboratório

O aparelho vocal humano é um belo e complexo sistema. É com ele que a maioria das pessoas ganha a possibilidade de se comunicar e transmitir emoções. Por ser tão usual em nossas vidas, deve ser muito difícil quando danos graves nas cordas vocais – também chamadas de mucosas das pregas vocais – levam as pessoas a perderem a voz. “Nessas situações, onde as cordas vocais estão severamente danificadas ou a tecnologia atual não é capaz de consertá-las, a melhor opção pode ser substituí-las”, diz Nathan Welham, da Escola de Medicina e Saúde Pública na Universidade de Wisconsin, EUA.

Welham anunciou recentemente que ele e seus colegas tinham conseguido gerar, através de bioengenharia, mucosas das pregas vocais que são capazes de produzir som. Este pode ser o primeiro passo para possibilitar um transplante no futuro.

A equipe iniciou os estudos com o tecido de cordas vocais de um cadáver. Eles fizeram amostras das células coletadas do tecido, as quais cresceram com sucesso em uma estrutura tridimensional. Mas como as cordas vocais produzidas em laboratório produzem som? Os pesquisadores explicaram que foram feitos alguns testes funcionais onde uma laringe é montada em uma bancada de laboratório. Nela, é colocada uma traqueia falsa, onde o ar, quente e umidificado como no corpo, é soprado, o que faz as cordas vibrarem. “Entretanto, elas vibram e geram som apenas para a atmosfera. E por isso o som é completamente diferente do que o que está saindo da minha boca neste momento… sem a faixa vocal, soa um pouco como um kazoo, tipo de som robótico como Eeeeee… mas é assim que deve soar neste contexto”, diz Welham.

Entretanto, os cientistas garantem que, se um dia as cordas vocais forem implantadas em um paciente humano, o som seria diferente. Devido a outras estruturas presentes, o resultado final certamente ficaria mais natural.

Autor: Cristian Reis Westphal
coontato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Cristian Reis Westphal

Estudante de Engenharia Química. Desde 2009 lidera o projeto Ciência e Astronomia, que compartilha informações nas áreas da ciência e astronomia. Trabalha com divulgação científica em escolas e disponibiliza telescópios para observações em praças.

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