Muito se fala sobre líderes que possuem atributos que conduzirão uma sociedade, ou a parcela pobre de uma população, para o sucesso ou a liberdade.
Um médico que proponha uma dieta ao seu paciente, somente poderá conscientizar o indivíduo a submeter-se ao tratamento, se como proponente, tiver feito uso da sua própria estratégia, e obtido um inegável sucesso prometido.
Sendo assim, um líder que se propõe a “libertar” uma sociedade dos grilhões que aprisionam os indivíduos ( pobreza material, falta de cultura etc ) somente poderá fazê-lo, se um dia tiver libertado a si próprio de qualquer tipo de aprisionamento intelectual ou de ideias.
Como é possível libertar alguém e sonhar em libertar uma sociedade, sendo uma pessoa “presa” em si próprio?
Estar “preso” a conceitos de forma IMUTÁVEL, é o maior sinal de pobreza intelectual e moral, caracterizando um indivíduo como um ser absolutamente obtuso, ultrapassado e incompetente.
Pois claramente, o “aprisionado” a partir de um conhecimento obtido, ou através de uma experiência vivida, estacionou naquela “descoberta”, e nada que tenha surgido mais evoluído, passou a ser observado por ele.
Imagine uma exímia datilógrafa dos anos 80 que tenha desprezado a chegada da digitação ligada aos sistemas “main frames” ou as ferramentas dos PC’s?
Ou um cirurgião que no passado tenha experimentado em intermináveis noites de estudo de cadáveres, e que agora despreza as tecnologias da moderna medicina?
Como é possível portanto, um líder conduzir uma população em pleno Século XXI, sem libertar-se de dogmas e conviver somente de princípios enraizados em suas experiências passadas?
Este equívoco de postura, recebe (entre outros) o nome de anacronismo, que significa “um erro cronológico, expressado na falta de alinhamento, consonância ou correspondência com uma época.”
E desta postura equivocada do vetor da liderança, prolifera-se uma consequência social transmitida aos cidadãos, enganados pelo líder, configurando-se 02 possibilidades comportamentais de aceitação da parte destes indivíduos.
A primeira, mais comum, é a ignorância, quer seja por fatores congênitos (incapacidade de aprendizado) intelectuais( falta de estudo) ou morais (falta de disposição para evoluir no pensamento lúcido do estudo).
A segunda, certamente é a má fé, pois o cidadão segue uma liderança anacrônica “aprisionada”, para obter alguma vantagem, na esteira desta liderança.
Portanto, duvidar das lideranças, em qualquer campo da atividade humana, é condição sine qua non para quem busca evoluir individualmente … na sequencia reinvindicar algo para outrem … e finalmente servir uma sociedade.
Texto: Roberto Mangraviti
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Imagem do Guitarrista : Imperial and Global Forun
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