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O uso de drones pelos biólogos

O uso de Vants (Veículos Aéreos Não Tripulados), também conhecidos como drones (do inglês, zangões), é um dos exemplos de equipamentos tecnológicos que facilitam não apenas o trabalho de profissionais da Biologia, mas também de outras áreas. Os drones podem ser utilizados em monitoramentos de redes de energia, na identificação de pragas agrícolas e levantamento de ocupação urbana, vigilância de fronteira e urbana, entre outras aplicações. Entretanto, no Brasil, o uso de drones depende de autorização expressa da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) ou da apresentação do Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE).

Dentre os diversos usos do drone estão a viabilização de projetos ligados ao monitoramento de fauna silvestre e exótica, recursos hídricos, paisagismo, saneamento urbano e rural e monitoramento de rodovias onde há muitas ocorrências de atropelamentos de animais. O equipamento é até mesmo capaz de encontrar uma colônia de formigas que esteja atacando uma plantação. Além disso, o drone também ganha espaço como um importante instrumento de controle ambiental ao produzir imagens de áreas degradadas. Com essas informações, Biólogos podem trabalhar com um volume de dados que contribui para que se alcance resultados importantes para sua pesquisa.

Na Biologia, dentre as dezenas utilidades desse equipamento voador algumas delas são encontradas na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Em 2012, pesquisadores utilizaram drones para realizar o levantamento de imagens aéreas com o objetivo de recuperar áreas degradadas. Desta forma, imagens de nascentes do Rio São Lourenço, um importante formador do Pantanal Matogrossense, puderam ser capturadas com melhor resolução, abrangendo uma área de 1,5 mil hectares e até mesmo identificando objetos diminutos (com dimensões de até cinco centímetros).

Em 2014, a mesma universidade desenvolveu outro projeto de mapeamento de margens de cursos d’água em Rondonópolis (MT). Com os dados coletados pelo equipamento, os pesquisadores poderão traçar linhas de atuação para o desenvolvimento de projetos de recuperação das margens do Rio Vermelho, na região de Rondonópolis. Esta é uma área de extrema importância para preservação ambiental, por ser de transição entre o Cerrado e o Pantanal.

O Vant (ou drone) utilizado por esses pesquisadores pode alcançar até mil metros de altitude e, dependendo das condições climáticas, pode voar por aproximadamente 90 minutos. A cada dia de trabalho, o Vant tem potencial para mapear entre 2 a 3 mil hectares.

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O uso desses equipamentos voadores exige um treinamento específico, que inclui protocolos de operação do sistema, regras de segurança e as normas da Anac. A compra do Vant acompanha um software para preparar o voo e outro para a análise da missão executada. Além disso, o pesquisador contará com um software para análise de imagens aéreas e geração de diversos produtos, tais como mosaico de imagens georreferenciados e modelos digitais de superfície.

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Referência: Revista do Conselho Regional de Biologia. 1a Região (SP, MT, MS). Ano X – Nº 37 – Jan/Fev/Mar 2016. ISSN: 1982-5897
Figuras: http://www.fapeam.am.gov.br/pesquisadores-pretendem-controlar-a-altura-de-voo-de-drones/
Revista O Biólogo
http://revistarpanews.com.br/index.php/publi/item/167-vants-gestao-do-campo-nas-alturas

Autora: Karen P Castillioni
contato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Karen P Castillioni

Bióloga com Mestrado em Botânica pela UNESP.Desenvolvedora de estudos ligados à ecologia, conservação, sustentabilidade e impactos das alterações climáticas.

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