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Os Pixadores e as ONG’s

“Sr. Pixador, nossa empresa contribui mensalmente com a ONG …, comprovantes à disposição…”

Comumente vemos nas fachadas, especialmente de escritórios comerciais, placas com os dizeres acima, visando evitar a ação depredatória, de incivilizados seres humanos.

É interessante notar que, muitas vezes quando há uma placa semelhante, a pintura do local permanece intacta, comprovando que estas pessoas socialmente despreparadas, respeitam o pedido de alguém da qual desprezam, fazendo-nos supor, que seja em respeito a uma entidade social.

No Brasil, simultaneamente, existe uma visão ambígua sobre estas organizações. De um lado, uma grande desconfiança, não sem motivo, diante de organizações geridas com finalidade espúria a se comprovar pelas notícias comumente nos jornais. De outro lado, a real importância que estas organizações possuem a ponto de comover a sociedade como um todo : pessoas de bem, consumidores e até estas incivilizadas pessoas citadas na abertura do texto.

Essas organizações ( as sérias), voltadas para ações ambientais no Brasil, têm desempenhado um importante fator de fiscalização e de formação de opinião.

Levantamento publicado no Anuário Gestão Ambiental 2011, comprova que 34% das ONG’s possuem auditoria externa, e que o setor público é o principal parceiro para 88% dessas organizações.

“ A educação ambiental continua sendo o pilar das ONG’s brasileiras” informa o citado anuário e “ 95% atuam com esse enfoque, seguida pelo desenvolvimento de projetos simultâneo com comunidades locais (85%) ”.

A pesquisa envolveu 328 entidades instaladas no Brasil, sendo algumas internacionais e mais da metade informou a origem dos recursos que totalizaram R$ 171 milhões no exercício 2010, ou seja buscaram ser transparentes.

Nos longínquos bancos da Faculdade de Economia, aprendemos que a iniciativa privada localiza rapidamente os nichos de negócio, onde o retorno do capital é viável.

De outro lado o Estado investe onde a iniciativa privada não quer ou não pode participar, seja pelo montante exigido de capital, ou pela relação inadequada tempo x taxa de retorno .

Sabemos também que o Estado, como investidor, não é um modelo exemplar, de rapidez, eficiência e controle de gastos.

Ou seja, em algumas situações temos, empresários desinteressados, obviamente, quando não enxergam possibilidade de lucro e o Estado que supre a necessidades da população de forma lenta e ineficiente .

Em vista disso surgiu a 3.a Via , associando-se com a iniciativa privada ou pública, ou com ambas simultaneamente, visando agilizar soluções práticas para problemas públicos em geral.

As ONG’s conseguem simultaneamente agilizar soluções sociais compensando a lentidão estatal e trabalhando sem objetivar o lucro, suprindo o desinteresse do empresariado.

Como demonstramos em outras oportunidades, uma empresa moderna, tem premente necessidade de envolver-se com ações sociais ( conceito Tripple Botton Line) e nada mais eficiente do que apoiar um trabalho sério do Terceiro Setor, que leva a este resultado rapidamente.

O grande mestre Peter Drucker, deixou-nos um grande legado também com relação a este tema, pois pouco tempo antes de morrer, confessou que trabalhou voluntariamente para muitas organizações despendendo cerca de 50% do seu tempo. Completou dizendo que muito aprendeu com isso, pois estas empresas trabalham ( nos EUA especialmente) , com poucos recursos e administram com perfeição suas organizações, minimizando gastos e superando-se em eficiência.

Ou seja de um homem civilizado e genial como Drucker, a um incivilizado pixador nada genial , todos em algum tempo perceberemos que as ONG’ s são essenciais nos tempos de hoje.

O que você acha?

Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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A indústria automobilística e os consumidores