Roberto Mangraviti
Historicamente as Organizações Sem Fins Lucrativos, surgiram de forma organizada com próprio surgimento do cristianismo, tendo uma grande capilaridade mundial, e eventual caminhos diversos nos anos subsequentes , com as divisões religiosas que se sucederam.
Nos tempos modernos, o Rotary Clube, surgiu com viés social nos EUA em 1906 com Paul Harrirs , tendo um crescimento espetacular em 30 anos, para mais de uma centena de países, com cerca de 1,3 milhão de voluntários , tendo atingido auge nos anos 50, com a distribuição da vacina pólio, através dos 34.000 “clubes” distribuídos por todo mundo.
O início do declínio deste modelo, começou a ocorrer em meados dos anos 70, com o surgimento de organizações com “produto” definido , sendo o maior exemplo no Green Peace com mais de 3 milhões de voluntários pelo planeta, com estratégia aguerrida e um tanto antipática.
O Brasil, no início do século XXI chegou a contabilizar 4% da força de trabalho envolvida com estas organizações, muitas delas como braço de organizações financeiras (Fundação Bradesco etc) ; outras através da imagem de ícones esportivos ( Ayrton Senna, Gol de Letra).
A falsa percepção que o Brasil estaria se fortalecendo no campo social e econômico, transmitiu a equivocada impressão aos países do Primeiro Mundo, que um avanço estruturado estaria em marcha, que resultou na redução das contribuições filantrópicas oriundas destes países, que hoje são prioritariamente dirigidas aos países africanos.
Independente dos números e objetivos de cada organização, vale ressaltar que a grande maioria delas no Brasil, se encontra muito distante do entendimento da função e foco dos trabalhos, em geral associado ao assistencialismo, ao invés da transformação do cidadão.
Curiosamente , transformar o cidadão foi a própria missão de Cristo, 2.000 anos antes da expressão Organização Não Governamental – ONG surgir e muita gente ainda não entendeu isso.
Texto: Roberto Mangraviti
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