Reciclagem é um tópico bastante abordado nessa coluna. Parece insistência … e é. Reciclar significa dar um novo destino a produtos usados, sendo uma das armas mais eficientes contra a poluição, pois além de evitar a retirada de matéria prima da natureza, termina por dar um destino correto para o que seria considerado “lixo”.
Milhares de produtos podem ser formados com materiais reciclados, como roupas e acessórios de fio pet, pranchas de surfe, barcos de garrafas, e até mesmo casas e pavimentações feitas de ‘sobras’ de construções.
Em muitas partes do terceiro mundo, a reciclagem é feita por necessidade, pois significa o sustento de muitas famílias que tiram do lixo dinheiro para o pão de cada dia. Pode também a reciclagem ser utilizada como uma forma de arte, onde artistas usam esta “matéria prima” para produzir esculturas e outras peças, e acabam por chamar a atenção para esse assunto tão importante.
Vários países do primeiro do mundo, especialmente na Europa, possuem uma consciência ambiental ampla, como Holanda, Dinamarca, Alemanha e Suíça, levando a reciclagem muito a sério. Esta consciência é absorvida pela população através de legislações inteligentes, com destaque para Suíça, onde o lixo que é enviado para o aterro (sanitário) é cobrado, enquanto a reciclagem é gratuita. A França, para citar outro país europeu, produz cerca de 17% da energia elétrica, através do metano extraído do lixo úmido.
Mas o Brasil está longe da lista dos 10+ e até mesmo dos 20+. Das 240 mil toneladas de lixo produzidas diariamente, nosso país recicla apenas 2% desse total, contra índices médios de cerca de 40% dos europeus . A maior barreira enfrentada pela reciclagem no Brasil é a falta de instrução, pessoas com um nível maior de educação reciclam mais, e essa porcentagem diminui proporcionalmente ao nível de instrução, ou seja, quanto menos educação, menor consciência ecológica da população. Além disso, apenas 62% da população brasileira tem acesso a coleta regular de lixo e ainda muito menos a coleta de lixo limpo.
Reciclar é fácil. Mas podemos e devemos fazer mais do que separar lixo “limpo” do lixo orgânico. Fundamental separar em classes (plástico, vidro, papel, metal, óleo de cozinha), procurando enviar para uma destinação correta, quer seja encaminhando às estações de coleta ou informando-se na prefeitura da sua cidade sobre coleta seletiva. Para quem quer ir mais além, uma boa alternativa é construir uma composteira em casa com o lixo orgânico (sobras de comida, casca de frutas e legumes). Esta é uma ótima maneira de reduzir o aporte de lixo para aterros, considerando que existem composteiras a venda no mercado para quem tem um espaço reduzido e pretende “ fazer a sua parte”.
Tá, mas o que isso tem a ver com o oceano? Tudo! O mundo é um só. Uma coisa está conectada a outra e quanto maior a reciclagem, menor a quantidade de lixo nos aterros, ruas, rios, mares e… oceanos!
Então … bom trabalho!
Autora: Thayná Correia