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Riqueza desperdiçada

Atualmente, o brasileiro produz, em média, um pouco mais de um quilo de lixo por dia. Um quilo de resíduos indesejados, que simplesmente “jogamos fora”, mas que somados, chegam a incrível cifra de 180 mil toneladas de resíduos descartados todos os dias.

Toda aquela riqueza descartada, encarada como restos. No entanto, qual seria a sensação de ver notas de R$100,00 sendo misturadas ao lixo doméstico, ensacadas, transportadas para os aterros e perdidas no meio do lixo? Desperdício.  Esse sentimento só é possível porque nos damos conta do valor de uma nota de R$ 100,00. Imagine então chegar ao aterro sanitário e perceber que metade é composta de notas de R$100,00, mas que por estarem misturadas aos outros lixos, não podem ser recuperada e nem aproveitadas por seu valor..

Isso é o que acontece quando as pessoas não percebem o valor das coisas que nos cercam, acostumados a reconhecer e valorizar somente o dinheiro e os recursos que entende que tem valor.

O lixo doméstico é uma riqueza desperdiçada porque o que se produz são resíduos e o material orgânico é composto de água. Observando a natureza entendemos que as  sobras se transformam em composto orgânico que viram  adubo natural para as plantas.

Talvez o maior desperdício das organizações seja pensar que produzimos lixo. Na realidade se ampliarmos a visão sobre nossos resíduos, perceberemos que temos muitas riquezas que devem ser valorizadas e aproveitadas ao máximo.

Observe as feiras, supermercados, serviços de podas de árvores, conservação e jardins. Toneladas de riquezas produzidas diariamente sendo descartadas.  Prefeituras que não sabem o que fazer com o lixo urbano. Que desperdício!

Como tudo é uma questão de visão, há 23 anos o empreendedor Ulisses Girardi  decidiu transformar essa realidade e vem desenvolvendo tecnologias para transformar o lixo orgânico urbano em fertilizante orgânico em escala.  Uma articulação com universidades, prefeituras e forte mobilização em educação ambiental, permitiram que um audacioso projeto fosse implantado em Mogi Mirim, São Paulo. Hoje, a empresa fatura R$ 7 milhões/ano, reduzindo a produção de lixo e aumentando a produção agrícola, diminuindo o uso de agrotóxicos.

Este é um dos exemplos de boas práticas, mas é preciso atenção porque o  lixo mundial deve ter um aumento de 1,3 bilhão de toneladas para 2,2 bilhões de toneladas até o ano de 2025, segundo as estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Para os especialistas da entidade, a gestão dos resíduos e o descarte correto de materiais se torna cada dia mais imprescindível para que o mundo caminhe para um desenvolvimento sustentável.

Por isso, diante de um cenário de escassez de recursos, que tal identificarmos todos os resíduos que produzimos?  Podemos gerar riquezas ou desperdiça-las. A partir de agora é uma questão de sobrevivência.

 

Autora: Tiemi Yamashita

e-mail:contato@sustentahabilidade.com.br

 

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Escrito por Tiemi Yamashita

Palestrante e desenvolvedora do Mottainai, conceito da cultura japonêsa sobre redução do desperdício. Estrategista social atuando em Projetos da ONU, MTE e BID.

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