Quem são os mamíferos? Por que têm esse nome? O que temos em comum?
Mamíferos são animais que possuem o corpo total ou parcialmente coberto por pelos; dentes diferenciados em incisivos, caninos, pré-molares e molares; diafragma e, como o nome indica, GLÂNDULAS MAMÁRIAS que produzem leite para a amamentação dos filhotes, evidenciando a importância da lactação para este grupo de animais. Os mamíferos estão presentes em todos os ambientes e apresentam grande variação de tamanho e massa corpórea, como uma espécie de morcego de apenas 1,5 g até a baleia-azul com 30 m de comprimento e 130 toneladas.
É claro que dentre toda esta diversidade as formas de amamentação, a composição do leite, o número de tetas da fêmea e o tempo de aleitamento variam entre os mamíferos, porém, o leite produzido pela mãe sempre possui todos os nutrientes que o filhote necessita para seu crescimento inicial e sobrevivência. Todo leite é composto por água, minerais, carboidratos, lipídios, vitaminas e proteínas, com diferentes valores energéticos (quantidade de calorias) entre as espécies. Por exemplo, o leite da mamãe golfinho é cerca de 5 vezes mais calórico do que o leite da vaca. O período de amamentação de filhotes de cães e gatos, por exemplo, é de 40 dias e de baleias-orca é de 12 meses.
O leite materno além de nutrir os filhotes também contém anticorpos que os fornecem uma imunidade primária contra microrganismos causadores de doenças, funcionando como uma primeira “vacina”.
Como também somos mamíferos o leite materno também é o melhor alimento para nossos bebês, os filhotes humanos. Para nós humanos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva, ou seja, sem a complementação de outros alimentos e líquidos, nem sequer água, até os 6 primeiros meses de vida do bebê, pois o leite materno contém todos os nutrientes necessários até esta idade. Nenhuma fórmula artificial de leite (leite em pó para bebês) substitui por completo as necessidades do bebê. Após 6 meses, a amamentação deve ser praticada em conjunto com a oferta de alimentos complementares mantendo-se a amamentação pelo menos até os 2 anos de idade.
A introdução precoce destes alimentos interfere na absorção de nutrientes, aumenta o risco de alergias, aumenta o risco de infecções gastrointestinais como diarreias, aumenta o risco de obesidade infanto-juvenil e diminui a duração do aleitamento. Além disso, antes dos 6 meses de vida há uma imaturidade na deglutição dos alimentos não–líquidos e mastigação de alimentos mais espessos pela anatomia bucal. No entanto, a introdução tardia destes alimentos pode levar à desaceleração do crescimento, deficiência de nutrientes e desnutrição.
O aleitamento materno também traz benefícios para a mãe como contato e o vínculo físico-emocional com o bebê e liberação de hormônios que promovem involução uterina mais rápida e diminuição do sangramento uterino, reduzindo os riscos de hemorragia, anemia e câncer de mama e ovário.
Superando todos os mitos da amamentação (seios flácidos, leite fraco, aumento de peso da mãe, etc), digamos SIM ao aleitamento materno, afinal, somos mamíferos e a amamentação é da nossa natureza.
Referências:
José Mariano Amabis & Gilberto Rodrigues Martho. Biologia: Biologia dos Organismos, volume 2, Ed. Moderna, 3ª edição, São Paulo, 2010.
Karine Frehner Kavalco. Afinal, somos mamíferos. Folha Biológica (Jornal de Divulgação Científica na Área Biológica), 4:(2) 4, 2015.
Laís S.C. Nunes, Caroline O. Silva & Silvia M. Anaruma. Aprendendo sobre a alimentação de bebês numa escola de educação infantil. Resumo de Trabalho apresentado no XII Encontro Nacional do Aleitamento Materno (ENAM), 2012.
Ministério da Saúde. Guia alimentar para crianças menores de 2 anos. Série A, Normas e Manuais Técnicos, n.107. Brasília, 2002, 154 p.
Imagens:
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Autora: Laís Nunes
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