No Brasil, 60% da população na faixa etária dos 14 aos 45 anos, não consegue executar cálculos rotineiros do dia a dia, são portanto classificados como “analfabetos científicos”, conforme pesquisa de 2014 do Instituto Paulo Montenegro. Este fato leva nosso país ocupar a 58ª posição no ranking da OCDE- Organização para a Cooperação e desenvolvimento Econômico, lembrando que o Brasil aplica 10% do PIB em educação. Nossa posição em outro importante ranking mundial também é muito preocupante: o da paz. Apesar do Brasil gastar 12% do PIB para contenção da violência (5.a posição no mundo em gastos absolutos) o “ Índice Global da Paz 2015” do Instituto para Economia e Paz coloca nosso país na posição 103. Se somarmos os gastos com educação e segurança, somamos 22% do PIB do país que estão sendo aplicados com resultados dramáticos. Por definição técnica, recurso é “matéria finita”, seja de qualquer natureza ou espécie, humana, econômica ou ambiental. Entender o conceito da responsabilidade social como uma alavanca econômica que permeia a população, ao invés de política pública de assistencialismo barato, é o melhor caminho para bem aplicar os recursos, que levarão à grandes resultados, produzindo verdadeiramente uma grande nação. Enquanto isso não ocorre, mais do que produzirmos analfabetos científicos, estamos produzindo “analfabetos morais”.
Este risco ideológico, que não é de hoje, já era manifesta preocupação de Epicteto (filósofo grego 135DC). Afirmava o pensador que “Os homens são movidos e perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que eles têm delas, portanto para o ser racional, apenas o que é contrário à razão é insuportável”.