Em tempos de Lava Jato, algumas pessoas acham que há uma perseguição contra o PT e seus aliados.
De outro lado, há uma faixa da população que não entende este senso de “perseguição”, clamado e reclamado pelos que se sentem “perseguidos”.
Talvez porque , na visão de alguns pensadores, há um certo sentimento de temor e apatia vividos por pessoas que se confrontam com a necessidade de encarar um quarto sujo e desarrumado, quando este se encontra mal iluminado… a sua própria mente.
Esta linha de raciocínio é bem explicitada por Sathya Sai Baba (*).
O guru indiano segue uma linha de pensamento que começa bem otimista… “estamos vivendo a melhor época da humanidade desde todos os tempos. Seremos testemunhas e agentes da maior transformação de consciência jamais vista.”
Como a melhor época? E as guerras intermináveis no Oriente Médio? E os refugiados na Europa? E a corrupção abissal no Brasil ?
A explicação do guru indiano para estas questões é muito simples .
Imagine que você possui um quarto iluminado por uma lâmpada de 40 watts e repentinamente a substitui por uma de 100… O que acontece? Verá uma desordem jamais vista, que você somente não imaginava que estava ali.
Assim, quando se acende uma boa luz num quarto escuro, inicialmente colocamos a mão na frente de nossos olhos, protegendo-os contra a surpreendente luminosidade, pois não queremos ver a emanação da luz.
Simples assim … e é isto que está acontecendo.
Pois, conforme atestava o guru, “ a sociedade esta mais organizada … percebeu que as mentiras e as ilusões são percebidas cada vez mais rapidamente?”
Sendo assim, o desconforto gerado pela percepção do quarto sujo após acender uma lâmpada mais forte, é a metáfora perfeita para aqueles que ainda lutam contra os verdadeiros avanços buscados pela sociedade em todo mundo.
E o que fazem quando percebem que a luz cega?
Se não desejam “arrumar o quarto”, escolhem uma atitude também obviamente cega (em resultados), pois assim “aceitam” que viram a luz, mas tomam uma atitude inócua, que sabem no seu íntimo, que em nada mudará a situação.
Claro (sem aqui trocadilho com luz) que assim reage parte da sociedade, especialmente a brasileira, que reluta em transformar-se. Pois vive a sensação de “desconforto interior” ou “dor”, quando confronta-se com a parcela que busca uma trajetória corretiva, mesmo que cometendo erros aqui ou acolá, mas inegavelmente, avançando na estrada transformadora.
E transmutar o pensamento buscando entrar em outra faixa de pensamento ou entendimento, gera sempre uma sequência instigante:
1: desconforto ou desprezo pela opinião alheia
2: negação daquilo que se vê
3: finalmente a DOR, pois enfim limpar esta sujeira social é uma atitude hercúlea, que muitos sequer, querem começar … a partir da sua própria mente. E “dor” somente é manifestada com veemência, quando se torna aguda.
Aí está o cenário daqueles “incrédulos” nos desmandos que são de conhecimento de toda sociedade, e infelizmente permissíveis para parte dela.
Sendo assim, conforme destacou o guru indiano, “informe-se e desperte a vontade de conhecer estas questões e seja um participante ativo (na transformação) ”, pois segundo aquele líder, “ cada um deve escolher que tipo de realidade deseja viver”.
Boa escolha para você, caro leitor, e terminamos com uma pergunta: de quantos watts é a sua lâmpada?
Texto: Roberto Mangraviti
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(*)Śri Sathya Sai Baba, nome de nascimento Sathyanarayana Raju -1926/2011 (84 anos), nasceu em uma pequena aldeia localizada no Sul da Índia. Era guru, líder espiritual, místico, filantropo e considerado por muitos como um avatar ( encarnação humana de um ser divino).