A TV Globo, conforme noticiário que circulou pela internet, teve seus profissionais Cleber Machado e Casagrande impedidos por torcedores, de entrarem no Allianz Parque no último dia 03 de dezembro. O automóvel que conduzia os jornalistas foi cercado por torcedores, obrigando a emissora a transmitir a final da Copa do Brasil dos estúdios, a distância.
Motivo da revolta? O nome da Arena do Palmeiras, Allianz Parque, não é pronunciado nas transmissões da emissora, que considera “propaganda gratuita” da seguradora que pagou alguns milhões, para comprar o nome do estádio, numa operação comercial de marketing, de forma lícita.
Este acontecimento é de relevância capital, e nos obriga a uma reflexão na relação empresas e consumidores e além do próprio momento turbulento vivido no país.
É interessante destacar que a TV Globo possui na sua grade de transmissão, incluindo a Globo News, uma infinidade de programas de esporte falando somente de futebol. E de forma exaustiva estes programas ressaltam a importância da inserção de um modelo “profissional” na gestão dos negócios dos clubes de futebol.
Para aqueles torcedores, ou seja clientes do produto futebol, a postura da emissora que não cita corretamente o nome do estádio, é uma atitude anti ética e incompatível. E de fato, soa aos ouvidos públicos aquilo que o ditado popular classifica como “faça o que eu digo mas não faça o que faço”, e portanto os agentes deste mercado estão “respondendo” a esta discrepância.
Isto é um sinal absoluto de bons tempos.
Poderão alguns dizer que o engajamento destes torcedores, seria mais útil em outros “campos” da vida do país, especialmente se olharmos a situação econômica e política do Brasil.
Claro que seria, mas não minimiza o fato da dimensão da resposta pública, objetivamente enviada. E fica gritante que independente do nível sócio cultural/econômico da população, parte dela, está atenta ao conteúdo e a essência verdadeira das palavras e daquilo que uma empresa transparece ou faz transparecer na sua comunicação.
Isto não é pouco não! Porque este comportamento exigente, há de reverberar nas áreas públicas fundamentais ao país, como social e econômica, em outros momentos.
Vale destacar que os profissionais citados, por sinal ótimos, não estão fazendo isto por escolha pessoal, mas por orientação da empresa, e desta forma estão sendo cobrados pelos consumidores, por conivência com uma atitude absolutamente equivocada, comercialmente, da emissora.
Ou seja, para os clientes, os jornalistas representam a empresa. Não são meros funcionários, cumprindo ordens do “chefe” … não há esta dissociação.
A outra pressão popular, também ocorrida em São Paulo, com relação a “reorganização” das escolas públicas, entra neste mesmo diapasão. A população não entendeu como verdadeira a atitude do governo do estado e protestou, com ocupações e passeatas que obrigaram o cancelamento daquilo que havia sido planejado pelo governo.
Portanto nos dias de hoje, exercer a importante missão de comunicar, não é mais uma arte exclusiva de marqueteiros ou profissionais de mídia.
É muito mais do que isso, significa CONSTRUIR REPUTAÇÃO, amparado na verdade.
E o mais evidente, o discurso tem que bater com a prática.
Foto: wikipedia.org
contato@sustetahabilidade.com