Viver numa cidade como São Paulo, ou em outra metrópole ao redor do mundo, significa “fumar “ um cigarro a cada hora em que se encontra no trânsito.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o pulmão dessa pessoa pode ficar igual ao de um fumante leve (que consome menos de dez cigarros por dia).
Esse é o resultado publicado pelo jornal em recente pesquisa realizada na capital paulistana.
A pesquisa foi realizada pelo médico patologista Paulo Saldiva, que segundo o jornal ” analisa corpos que foram levados ao Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) e mede a quantidade de carbono no pulmão, ao mesmo tempo em que investiga a vida do paciente.”
Segue a matéria informando ” antigamente, quando em uma necropsia a gente via um pulmão cheio de carbono, preto, o mais provável é que se trataria de um fumante. Hoje não dá para dizer isso. E o que esse estudo está mostrando é o quanto respirar o ar de São Paulo é equivalente a fumar e tem impacto cumulativo”, explica a bióloga Mariana Veras, do Laboratório de Poluição do Ar da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Se considerarmos os profissionais da direção (motoristas de ônibus, caminhões, taxis e agora uberistas), estamos falando de riscos potencialmente ainda maiores.
A pesquisa foi tabulada sobre 2 mil pulmões.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 7 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência de poluição do ar (e metade é interna, como a de fogões a lenha e aquecimentos caseiros a carvão). E nos dia de hoje, mais de 80% das cidades têm níveis de poluição acima dos recomendáveis.
O citado jornal aponta ainda que “ a análise de São Paulo aponta que os níveis de partículas finas inaláveis (material particulado ou MP 2,5) está 90% acima dos níveis seguros, de 10 microgramas/m³”.
Texto: Roberto Mangraviti
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