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Cortes de verbas… riscos do Brasil nos observatórios de astronomia

Limitados em dinheiro depois de 3 anos de orçamentos de austeridade, cientistas brasileiros se preparam para um ano até mais longo.

O governo federal está planejando reduzir o financiamento científico em quase 40% em 2018, comprometendo os principais projetos, incluindo a participação do Brasil em instalações de telescópio de classe mundial, informou a Science Insider.

Cientistas dizem que os problemas de dinheiro estão causando “danos irreversíveis” a instituições que são cruciais para a recuperação econômica da nação.

Eles não tem mais onde cortar gastos e estão cada vez mais limitados em dinheiro.

Também está em perigo o lançamento previsto do próximo ano do satélite Amazônia 1 – um satélite de observação da Terra que monitorará o desmatamento e outras mudanças no uso da terra – e as operações diárias do supercomputador Tupã, crucial para previsão do clima e pesquisa climática, diz Ricardo Galvão, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial em São José dos Campos, Brasil.

O governo federal autorizou o instituto a gastar menos de metade do seu planejado orçamento de 220 milhões de reais neste ano, retido o restante como “fundos de contingência”. “Estamos realizando um estudo detalhado de todos os projetos que podem ser congelados ou descontinuados para garantir nossas despesas operacionais “, diz Galvão.

A capacidade do Brasil de prever eventos climáticos extremos também pode ser comprometida. O Centro Nacional de Monitoramento e Aviso Precoce de Desastres Naturais em Cachoeira Paulista está ficando sem fundos para manter sua rede nacional de sensores e estações de monitoramento. “Se o orçamento de 2018 é o mesmo do ano, não sei como vamos sobreviver”, diz o diretor Osvaldo de Moraes.

Muitos temem que as coisas piorem antes de melhorarem. Uma emenda constitucional aprovada no ano passado proíbe o governo federal aumentar os gastos acima da inflação nos próximos 20 anos. A situação é “dramática”, diz o secretário executivo do Ministério das Ciências, Elton Zacarias. O ministério, diz ele, está negociando com autoridades de planejamento federais para tentar ganhar um aumento no limite de financiamento.

“Temos que resolver isso agora”, diz Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências do Rio de Janeiro. “As pessoas estão saindo do país, os laboratórios estão fechando.” É compreensível que os sacrifícios sejam necessários em tempos de dificuldades econômicas, ele diz, mas ele insiste que os cortes na ciência são míopes. Ele diz que os cortes são uma “bomba atômica” que deixará um legado de destruição para as futuras gerações.

 

Texto: Karen P Castillioni
contato@sustentahabilidade.com.br

 

http://sustentahabilidade.com.br/mudancas-climaticas-prejudicam-a-pesca/

 

Figura

http://astrobloguers.org/wp-content/uploads/observatorionoche_20cm.jpg

Referência

http://www.sciencemag.org/news/2017/07/cuts-imperil-brazil-s-stake-astronomy-observatories

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Escrito por Karen P Castillioni

Bióloga com Mestrado em Botânica pela UNESP.Desenvolvedora de estudos ligados à ecologia, conservação, sustentabilidade e impactos das alterações climáticas.

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