Culturas de biocombustíveis podem armazenar mais carbono do que liberar

Duas culturas de biocombustíveis podem, sob as condições adequadas, armazenar carbono no solo para compensar o que se perde na produção, contribuindo realmente para a luta contra o aquecimento global.
Um artigo na PLoS ONE, relata um balanço de carbono quando a cana e capim-elefante foram cultivados no Havaí usando o método de plantio direto, o que minimiza a perda de carbono do solo. O ar acima dos campos foi constantemente monitorado para a liberação de gás e o carbono do solo foi testado através da experimentação de dois anos. Usando a irrigação convencional e a irrigação muito mais restrita, foram armazenados três vezes mais carbono do que seria liberado na atmosfera.

Em teoria, os biocombustíveis representam uma maneira muito mais ecológica de alimentar o mundo do que os combustíveis fósseis. Plantas e algas extraem dióxido de carbono da atmosfera, e mesmo que isso seja liberado quando o combustível é queimado, o ciclo é teoricamente neutro.
Os resultados mostram que os biocombustíveis podem ser um importante contribuinte para portfólios de energia renováveis e sustentáveis. A cana e capim-elefante foram escolhidos por serem ambas as plantas, que geralmente representam melhores níveis de absorção de dióxido de carbono do que os seus equivalentes.

Colocando 50% da rega habitual nas plantas, seus níveis de armazenamento aumentaram positivamente, entretanto reduziram o rendimento da colheita, tornando projetos economicamente menos viáveis.
No entanto, muitas perguntas permanecem sem resposta. Além de saber se os resultados seriam os mesmos em locais com um clima menos tropical e sem os solos vulcânicos do Havaí, o estudo só analisou os dois primeiros anos de produção agrícola. Existe o risco de que o armazenamento do solo possa diminuir ao longo do tempo.