O investimento em capacidade de energia renovável no mundo mostrou grande resiliência no primeiro semestre de 2020, mesmo diante da crise econômica causada pelo coronavírus.
De acordo com dados divulgados pela empresa de pesquisa BNEF (BloombergNEF), o investimento total foi de US$ 132,4 bilhões, um aumento de 5% em relação aos US$ 125,8 bilhões investidos no mesmo período de 2019.
Segundo o levantamento, a energia eólica offshore teve o semestre mais movimentado entre todas as fontes, somando US$ 35 bilhões, um aumento de 319% em relação ao ano anterior. Para a BNEF, o crescimento compensou os declínios no investimento em energia solar, que caiu 12%, para US$ 54,7 bilhões, e eólico onshore, que caiu 21%, para US$ 37,5 bilhões.
“Esperávamos que a Covid-19 afetasse o investimento em energia renovável no primeiro semestre, devido a atrasos no processo de financiamento e alguns programas de leilão. Há sinais disso tanto em energia solar quanto em eólica onshore, mas a cifra global se mostrou incrivelmente resistente graças à energia eólica offshore”, comentou Albert Cheung, chefe de análise da BNEF.
Angus McCrone, editor-chefe do BNEF, disse que uma panorâmica mais clara do impacto da Covid-19 no investimento em energia verde virá com os números de 2020 para todo o ano. “As energias renováveis foram ajudadas por uma competitividade amplamente aprimorada e pelo apetite dos investidores por ativos que oferecem fluxos de caixa seguros. No entanto, os desenvolvedores de projetos enfrentam o desafio de que as pessoas-chave, seja na fase de licenciamento, financiamento ou construção, não possam se encontrar pessoalmente. E os compradores de sistemas solares de pequena escala são sensíveis a mudanças na confiança do consumidor”, explicou McCrone.
Maiores investidores
De acordo com a pesquisa, a China foi o país que mais investiu, injetando US$ 41,6 bilhões no semestre, um aumento de 42% em relação ao mesmo período de 2019. A Europa garantiu US$ 36,5 bilhões, crescimento de 50%, enquanto os Estados Unidos caíram 30%, para US$ 17,8 bilhões. Já o Japão viu os financiamentos aumentarem 14%, para US$ 10,8 bilhões, mas a Índia caiu 49%, para US$ 2,7 bilhões. Com relação ao Brasil, o país apresentou uma queda de 26%, para US$ 2,5 bilhões.
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