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Marketing de Causas – Consumidor disposto a pagar mais pelos produtos

Na primeira metade do século passado, o mundo foi devastado por 2 Grandes Guerras , com um hiato de 21 anos entre elas.

Naturalmente que todos os esforços foram canalizados para indústria da reconstrução, onde o conceito de maximizar ganhos a qualquer custo, humanos e ambientais, era a base da cultura empresarial.

A sociedade como um todo, nos anos 70, registrou suas preocupações iniciais, apoiando ações sócio ambientais que levou a ONU , a escolher no início dos anos 80, a primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland ,como Chefe da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, publicando em 1987 o relatório “ Nosso Futuro Comum (Our Common Future) ou Relatório Brundtland, como é mais conhecido.

Apesar de todas estas evidências históricas e preocupações com as questões econômicas e sociais, houve uma aderência, quase que exclusiva, entre sustentabilidade e questões ecológicas, nublando o olhar das empresas para a questão fundamental: como produzir mais, consumindo menos recursos.

Por conta desta equivocada aderência , muitas empresas relaxaram seus compromissos com relação a estas questões e outras, utilizaram equivocadamente, como ferramenta de comunicação, sem promover qualquer transformação em suas empresas (greenwashing).

O momento atual se mostra transformador há algum tempo e o foco da cultura das empresas é o próprio consumidor, em substituição aos modelos do século passado. E este consumidor, conforme recente pesquisa da Nielsen em todo mundo, está disposto a pagar mais pelos produtos sustentáveis, especialmente na América Latina, onde 77% dos pesquisados confirmaram este interesse.

Há que se destacar ainda nesta pesquisa, que os consumidores latinos lideram o ranking de interesse em investimentos em empresas sustentáveis, com 75% .

Por conta desta prioridade em focar no consumidor, as empresas devem buscar novos modelos de negócio, onde a visão de longo prazo é fundamental, em contra ponto as políticas imediatistas, praticadas no passado e muitas vezes no presente.

Desconhecer os níveis de pressão de clientes, fornecedores e consumidores para estes temas, sobre uma marca ou produto, poderá representar perda de mercado e danos a imagem.

Num mundo globalizado, onde o Facebook, com menos de 10 anos de existência e liderado por um empresário de 29 anos, atrairá 100 bilhões de dólares através de IPO, é natural imaginar que os tempos de resposta da sociedade e do mercado, não são do século passado.

Apesar das pesquisas não esclarecerem suficientemente sobre o índice de rejeição dos consumidores por produtos não sustentáveis, não parece ser prudente ao empresário, descobrir esta resposta pressionado pelo mercado.

Adequar estratégias e visão de longo prazo passa a ser imperativo na transformação do DNA de uma empresa em busca da longevidade.

Roberto Mangraviti

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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