Refletindo sobre esta recente aproximação entre Brasil e Israel, torna-se oportuno avaliarmos a motivação das relações. É claro que a resposta é uma só: Interesses. No trabalho, desenvolvem-se relações invariavelmente ligadas as atividades departamentais na Empresa. Um cafezinho aqui, outro acolá, e as vezes até um happy hour fora da Empresa para consolidar parcerias. Muitas vezes, quando a sinergia é muito boa, é comum expandir para a vida pessoal, interligando as famílias dos envolvidos, e migrando para uma amizade. Normal !
Nestas ocasiões, por acaso, alguém procura desenvolver amizades com o escalão de baixo? Todos sabemos a resposta: NÃO! Os motivos são os mais diversos, pois buscamos em 100% do tempo, absorver experiências, conhecimento e até vantagens (lícitas) com alguém que tenha algo de positivo ou necessário, nesta troca.
Assim nasceu o escambo: um tinha batata sobrando, outro tinha leite, e assim constroem-se, há milênios, as relações humanas e comerciais.
Isto posto como premissa, cabe uma pergunta… entre países não acontece a mesma coisa ?
Claro que sim, portanto soa mais que absurdo os negócios desenvolvidos por Lula e Dilma com: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela e República Dominicana. Angola, Moçambique e Cuba (todos com risco de inadimplência para quitação dos empréstimos).
O que estes países nos dariam em troca? Qual o excedente de produção que apresentam de nosso interesse? Em qual área? Qual tecnologia?
A justifica dada por Celso Amorim, então Ministro das Relações Exteriores é ridícula … “Era um objetivo do governo aproximar o Brasil dos países africanos e latino-americanos”.
Óbvio , mas por que?
Teria Celso Amorim, na sua vida privada, amizades com a cozinheira da sua casa? Amizades com garçons dos restaurantes chique que frequenta? Faxineira? Claro que NÃO …então por quê o governo que tardiamente se encerra com Temer, aproximou o Brasil de países aquém do nosso patamar, se no exercício da própria vida pessoal, as pessoas jamais se interessam pelo “andar de baixo”?
A resposta é a mesma: Interesses. Porém agora acrescentemos o adjetivo ilícito ao substantivo, que emolduram a hipocrisia dos envolvidos
Portanto, as críticas sobre as possíveis negociações com Israel, após a visita do premiê Benjamin Netanyahu ao presidente eleito Jair Bolsonaro, são absurdas sob a ótica do entendimento das relações humanas, e comerciais.
Afinal, temos produtos de interesse lícito para os israelenses, que em contrapartida, tem seus interesses comerciais de exportarem serviços ao Brasil.
Somente no campo de segurança (patrimonial/pessoal) e tecnológica, Israel é líder em todo mundo.(*)
Além do mais, aquele notável país, possui investidores a fundo perdido para alavancarem negócios, impossíveis aos brasileiros, dada a insolvência do Estado e das Empresas.
Se os ventos soprarem a favor nesta jornada, o Brasil poderá recuperar o tempo perdido com a construção de metrô na Venezuela e porto em Cuba, países também insolventes, onde o interesse da Nação, ficou em segundo plano.
Texto Roberto Mangraviti
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imagem: Fernando Frazao/Agência Brasil
(*)Israel é o terceiro país (após EUA e China) com o maior número de companhias listadas na Nasdaq; possui mais capital de risco per capita e mais startups do que qualquer outro país do mundo; pesquisa e desenvolvimento (P&D) é um fio condutor do país, que também tem mais cientistas e profissionais de tecnologia per capita do que qualquer outro país. Em 2016, as startups israelenses arrecadaram US$ 4,8 bilhões em fundos de risco, um recorde neste ano, e também viram saídas no valor de US$ 9,2 bilhões.