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Uma sucessão de desastres.

Países desenvolvidos e avançados verdadeiramente, não possuem e não precisam de política social, pois o equilíbrio socioeconômico vivido por seus habitantes está tão impregnado no DNA, que tudo de certa forma se auto regula, compensando ineficiências do “sistema” aqui ou acolá registradas.

Numa segunda escala, em que se enquadram os países em crescimento, estes também não precisam de política social, especialmente aquelas apoiada em benesses. Considerando que a geração de educandos estará em 15 ou 20 anos no mercado de trabalho, será necessário políticas educacionais (na verdade culturais) no momento presente, adequadas as necessidades de gestão aos anos vindouros. E estes investimentos (em educação) de certa forma tornar-se-ão naturalmente crescentes e serão decrescentes, em saúde e saneamento básico, em razão que estes últimos depois de atendidos por um determinado período de forma consistente, tendem a apresentar necessidades cada vez menores no futuro.

Mas para os países que não crescem, ou pior, decrescem, as políticas sociais, curiosamente, são absolutamente ineficientes, pois como não há investimento disponível sequer para sustentar a máquina do Estado, as verbas distribuídas resolvem parcialmente o presente, sem gerar nenhuma perspectiva no futuro, dada a escassez presente.

E pior ainda, estes dirigentes “terceiro mundistas” arrotam que investem em educação como isto por si só (investir), fosse suficiente.

Ora, é sabido que “quantidade” de investimento não significa “qualidade” de investimento, pois quantidade de investimento não garante colheita certeira, lá na frente.

O Brasil, por exemplo, investe cerca de 5% do PIB em educação (em média), muito acima dos 3,7% dos países da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. E conforme o site G1 apontava em 2015 “o Brasil teve o maior crescimento proporcional em investimento na educação pública entre mais de 30 países, mas perdeu em outros indicadores e no gasto médio por aluno, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico –OCDE ). Por conta desta “desqualificação” ou qualidade de investimento duvidosa, é que lamentavelmente registramos agora em 2016, um ano depois portanto daquela publicação, uma duríssima constatação … “resultados do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgados na manhã desta terça-feira (06.12), mostram uma queda de pontuação nas três áreas avaliadas: ciências, leitura e matemática. A queda de pontuação também refletiu uma queda do Brasil no ranking mundial: o país ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática.”

Ou seja, como apontado anteriormente, investir toneladas de dinheiro por si só, não representa sucesso garantido.
Agora, para um país que não cresce de forma sustentável, não há remédio que cure essa doença ou atraso que proporciona, pois a falta de crescimento resulta que, TODAS conquistas obtidas no passado, viraram pó.
Temos abaixo um exemplo desta doença diagnosticada da queda absurda e brutal da economia nacional, sem que os responsáveis por esta situação, registrassem de forma pública e correta, a dimensão verdadeira do significado no retrocesso das questões sociais.

A variação do PIB do Brasil, a partir de janeiro de 2013, deverá no final de 2016 apresentar um desastre acumulado de (–) MENOS 5%. Portanto, no período compreendido entre 2013 e 2016, teremos encolhido absurdos 5%.

Cabe aqui um exercício matemático … caso tivéssemos crescido 5,5 % ao ano, nossa produção interna teria acrescido 24% naquele período. Esse resultado, absolutamente normal para um país com o potencial do Brasil, se somados aos 5% negativos que estamos atingindo agora em dezembro, representa portanto 29% da produção literalmente incinerada.

Esse percentual (29%) aplicado sobre o PIB de 2015 ( R$ 5,9 trilhões de reais) atingimos uma perda astronômica de R$ 1,8 trilhão de reais que foram parar no cemitério, ambiente ideal para descrever vidas ou situações que não retornam mais. Como o Brasil tem uma carga de impostos de 33% no seu PIB, em última análise, os hospitais, escolas públicas e as áreas administrativas que controlam o país, deixaram de receber, nesse fatídico período, cerca de R$ 600 bilhões de reais ( 33% de R$ 1,8 trilhão), algo próximo portanto do déficit orçamentário observado no biênio 2015/2016( sem considerar a “maquiagem”). Esse buraco econômico, também é da mesma dimensão do rombo calculado do Tesouro até 2050, somente para as operações nefastas do BNDES para financiar obras em Cuba e similares. Simples assim.

Mas, teria esse desastre constrangido algumas legendas políticas? Que nada! Esta insensibilidade fica evidente quando percebe-se que na votação da PEC 51 (que proíbe o crescimento de gastos quando não há crescimento econômico como agora), a referida proposta não recebeu nenhum apoio dessas legendas.

E quando surge outra oportunidade de contribuir construtivamente para melhoria do país, votando em regras rigorosas no controle da corrupção (leias-se gastos), o que se percebe? Falta de nacionalismo, no mínimo, pois se esquecem que uma Petrobrás perdeu R$ 436 bilhões de valor de mercado desde 2008, exclusivamente por corrupção, e a votação do “abuso de autoridade” recebeu amplo “apoio” destas legendas, na contra mão do rigor necessário que ora se verifica.

Afinal, como esses políticos pensam em gerir uma nação? Não está nos planos dessas legendas controlar a corrupção através de leis rigorosas ou ainda controlar gastos? Como haveremos de nos tornar uma grande nação, para que não haja mais aquele discurso mambembe do tipo “necessitamos de políticas sociais”?

Ora precisamos, minimamente aplicar estes “detalhes” de seriedade atrelados a uma bússola que simplesmente aponte para um norte chamado CRESCIMENTO, paulatina e ordenadamente SEMPRE, considerada as condições de mercado e de respeito ao budget, todos anos.

É tão difícil escolher gente assim?
Com a palavra, os eleitores.

Autor: Roberto Mangraviti
contato@sustentahabilidade.com.br

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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