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Utilidade da verdadeira inteligência … e o Brasil de hoje!

“A inteligência só se torna lúcida quando a informação é transformada em ação do bem”. Desta forma, o Dr. Sergio Felipe de Oliveira, entrevistado do Programa Sustentahabilidade em 2014, deu uma visão arrebatadora e moderna sobre o conceito de inteligência e sua utilidade. Com muita lógica, este cientista associa a inteligência a outros 2 fatores básicos : lucidez e ação do bem.

Esta visão holística tem permeado diversas linhas de pensamento na atualidade, pois sem lucidez, podemos considerar uma inteligência sem sentido ou sem direção. E mais ainda, sem a ação (no bem), ela é inerte portanto inútil.

Se tomarmos este axioma como correto, e aplicá-lo à algumas de linhas de pensamento de parte população brasileira, entraremos em choque, especialmente com as opiniões de artistas e intelectuais, por vezes imaginando-se acima do bem.

Linhas de pensamento que desassociam a inteligência da lucidez são muito comuns, especialmente no campo das ideias políticas. As declarações estapafúrdias de representantes nacionais aí estão as pencas, muitas vezes defendidas por pessoas que (pre)ferem nublar a lucidez e lançar luz no ego. Esta escolha é a opção do “preferir”, ou a própria reação do ferir, como defesa, porque em algum momento sentiram-se feridos no ego.

E além da ausência da lucidez, por vezes falta também a ação no bem, ou uma visão daquilo que venha a ser “uma ação no bem” no campo holístico e da espiritualidade, e que tenha sinergia com a “cara” de um país. E o nosso país tem no seu DNA a essência da liberdade, do sincretismo religioso, da pluralidade musical, e da diversidade de raças, componentes essenciais do nosso sangue. A ditadura de 64, por exemplo, nunca “colou” aqui e se deu sem derramamento de sangue (*) sendo desfeita da mesma forma como começou … acabou por si só, pois não aderiu no coração do nosso povo. Somos libertos por natureza, na vestimenta, no trato social, nas relações em geral. Até a independência do Brasil colônia, deu-se por parto normal, sem fórceps ou cesariana.

Mesmo assim alguns artistas insistem em desassociar a inteligência da lucidez, e tomam atitudes que forçam o coração liberto deste povo.

E alguns deles, que construíram sua obra excepcional justamente combatendo os porões da ditadura vividos no século passado, insistem em opiniões a favor da ditadura em outros países. Soa portanto como algo tão distante da lucidez, a postura destes artistas que causa estranheza, justamente por ferir a lógica de quem teria sentido na carne esta dor. Não há nada de errado em reverenciar Cuba (no campo da lógica), se seus seguidores também reverenciarem a ditadura brasileira dos anos 60/80, por sinal muito mais branda que a cubana.

Sendo assim, estes grupos se mostram absolutamente apegados a estas ideias, sem que possamos sequer discuti-las, ou contradizê-las. Há um apego e fanatismo por estes temas que são anormais para o século XXI.

Justamente em tempos atuais, onde um dos mantras mais repetidos é o desapego, especialmente aos valores materiais, dificultando a convivência com gente tão apegada? Como confiar em profissionais que fazem do apego extremado, quer seja a uma “filosofia” ou a um “líder”, o seu próprio mantra de vida acima da própria vida e da sua profissão?

Estar conectado com o mundo atual e especialmente com o futuro, requer o exercício da inteligência de forma plena, sendo assim condição sine qua non uma lucidez de raciocínio abrangente, leve, holística, desapegada e antenada com o sentimento que permeia o mundo. Difícil conviver com pessoas que insistem na visão fracionada, do tipo o “pensamento cubano”, “brasileiro” ou “norte americano”. Hoje o Facebook é praticamente um país, como mais de 1 bilhão de “habitantes”, não tendo contudo raça, cor, credo muito menos fronteiras.

Portanto, faz se necessário abrir mão de (pré)conceitos que estabeleçam uma linha de raciocínio engessada em valores retrógrados ou sobre “personalidades” que evidenciam o egocentrismo do tipo “eu sou” como exalam Maudro ou Kirchner.

A visão de mundo abrangente é aquela em que o indivíduo não defende um “sistema”, mas sim uma postura que transcende sua própria opinião, pois estará convivendo com uma posição diversa e as vezes adversa as suas.

Para tal convivência, a “inteligência” nos tempos de hoje, não pode ser egocêntrica ou egoísta, apegada e orgulhosa de si e de suas realizações/opiniões.

Concluindo, a verdadeira inteligência é pacífica, desinteressada, conciliadora, humilde e acima de tudo ativa, não com discurso politizado, ou ditando regras, mas com ações e postura que deságuam na expressão : “A inteligência só se torna lúcida quando a informação é transformada em ação do bem” .

Autor: Roberto Mangraviti

contato@sustentahabilidade.com.br

(*) A citação sem derramamento de sangue, deve ser vista no campo histórico, sem desrespeitar as vidas e os familiares afetados pela ditadura, motivo de pesar deste autor. Considera-se sem derramamento de sangue no campo histórico, quando comparada com as batalhas políticas em que milhares perdem a vida.

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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