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Victor Costa – radialista e dirigente da TV Paulista

TV Paulista

No ultimo dia do ano de 1907 , nascia na então  Capital Federal, Victor Costa Petráglia Geraldine, um  legítimo carioca e um líder pioneiro na consolidação do rádio e principalmente da Televisão brasileira.

Desde moço se interessou pela cultura, tendo sido autor de peças de Teatro de Revista, como “A Linha Sezefrido”, escrito junto com seu parceiro de idade (pois nasceram no mesmo ano)  , de trabalho radiofônico e de amizade , o grande diretor artístico e de telenovelas Floriano Faissal (1907-1986). 

Na rica década de 40, Victor Costa já trabalhava com destaque na magistral Radio Nacional do Rio de Janeiro, a PRE 8, e em 1941, como diretor de radioteatros, foi peça essencial para a implementação das radionovelas na PRE 8, com a estreia, naquele mesmo ano de “Em Busca da Felicidade”, um original argentino escrito por Leonardo Blanco.

Partiu de Victor Costa, por exemplo, a ideia de escalar o renomado ator de rádio, de cinema  e de teatro Rodolfo Mayer (1910-1985) para ser um dos galãs dessa novela pioneira, com o inesquecível personagem “Alfredo Medina”.

Também lançou outro grande ator de novelas de rádio , Celso Guimarães (1907-1973) nessas produções iniciais e a eterna e primeira estrela Ismênia dos Santos (1910-1963).

E o êxito dessa produção de rádio foi fundamental para o inicio da ascensão da Rádio Nacional como uma grande e líder emissora no ‘dial” carioca , pois na época , as rádios Mayrink Veiga e Clube do Brasil eras as chamadas “campeãs de audiência”

E foram um decênio na direção artística da Radio Nacional do Rio de Janeiro, e sob sua lídima liderança, formou-se uma geração de ouro, que iria inaugurar a televisão na década seguinte, e nesse time notável , já se destacavam jovens e competentes nomes, como Fernando Lobo (1915-1996), Haroldo Barbosa (1915-1979) e  Heron Domingues (1924-1974) e o venerável Dr .Max Nunes, que , muito próximo a celebrar os seus noventa anos , permanece, com invulgar brilho , na televisão,até os dias atuais.

E em 1951, como justo premio para esse sucesso profissional, Dr. Victor Costa era convidado a assumir a Presidência da própria Rádio Nacional, cargo que exerceu com destaque até 1954 .

Nesse tempo, a PRE 8 já se firmava como a rádio líder absoluta de audiência no Rio de Janeiro e conseguia chegar, via ondas “hertz,”  a praticamente todos os cantos do Brasil, com uma esmerada programação, tanto jornalística como artístico-musical.

Também foi presidente da renomada Associação Brasileira de Rádio (ABR), o órgão de representação dos radialistas brasileiros  por muito tempo, tendo sido sucedido pela saudoso radialista gaúcho e seu também companheiro de Radio Nacional Manoel Barcellos (1911-1983).

Quando deixa o comando da PRE 8 , é imediatamente convidado para assumir a direção geral da Radio Mayrink Veiga, a PRA 9 e no ano seguinte já era o Presidente dessa importante radio carioca.

Naquela época, forma uma rede sólida de rádios, tendo como ‘cabeça de rede”, a Mayrink, mas que já contava com a Rádio Mundial (a antiga Radio Clube do Brasil) e com três rádios paulistanas –Rádio Excelsior (PRG9), Rádio Nacional de São Paulo  e Rádio Cultura (PRE4) .

A frente da TV Paulista.

E em 1955, adquiria a TV Paulista, o célebre canal 5, lançando a Organização Victor Costa (OVC), conglomerado de mídia e sigla que marcou as comunicações brasileiras entre as décadas de 50 e 60. E também detinha as concessões da futura TV Excelsior, o canal 9 de São Paulo, posteriormente transferida ao empresário Mario Wallace Simonsen (1909-1965)  e da TV Mayrink Veiga no Rio de Janeiro, que lamentavelmente, jamais se concretizou de fato.

Infelizmente, esse gentil e dedicado profissional, tão bem definido  nas exatas palavras de seu colega e radialista emérito  Renato Murce (1900-1987), como dono de um “coração boníssimo”,  não conseguiu alcançar a década de 60, pois faleceu na capital paulista em 22 de dezembro de 1959, a nove dias de comemorar seus 52 anos, tendo sido sepultado no Cemitério da Consolação.

Foi logo homenageado pelos prefeitos de São Paulo (Adhemar de Barros) e do Rio de Janeiro, que ainda era o Distrito Federal (Sá Freire Alvim) com nomes de rua, nos respectivos bairros da Saúde e de Campo Grande. Pai de Victor Costa Junior (presidente da TV Paulista entre 1959/1964) , tio do grande diretor artístico da TV Bandeirantes e novelista  Cláudio Petráglia. Por tudo isso  Victor Costa é coluna mestra da História da TV brasileira, deixando uma  grandiosa  obra,  um notável  exemplo e um ilimitado legado, configurado num  galardão de ouro, para a história do rádio e da televi ão brasileira.

Com a lembrança, a saudade e a gratidão de todos os seus colegas de radialismo.

Texto: Fábio Rejaili Siqueira
contato@sustentahabilidade.com.br

Imagens : Memória Roberto Marinho e Novo Milênio

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Escrito por Fabio Rejaili Siqueira

Bacharel em Direito, Bacharel em Ciências Sociais e e pesquisador da história da televisão brasileira. É um dos fundadores do Jornal São Paulo em História.

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