Se existisse um livro dos records para a Astronomia, nós estaríamos escrevendo mais uma página para a Ciência com a descoberta da galáxia mais distante observada pelo Telescópio Espacial Hubble, instrumento óptico que nos permite viajar pelos confins do universo com suas fotografias.
Chamado de GN-z11, a galáxia surgiu há 13,4 bilhões de anos atrás, e devido a expansão do universo, ela se encontra a mais de 32 bilhões de anos-luz da Terra. Isto significa que nós estamos olhando para a galáxia há apenas 400 milhões de anos, após o Big Bang, o que a torna impressionante.
O recorde anterior para a galáxia mais distante que tínhamos encontrado, era para a galáxia EGS8p7, que fica há 13,2 bilhões de anos.
A descoberta da GN-z11 será publicada no periódico The Astrophysical Journal, hoje dia 8 de março.
Telescópio Espacial Hubble, lançado em 1990. Foto: NASA
A galáxia se encontra na constelação da Ursa Maior, e se mostra interessante porque os astrônomos não esperavam encontrar algo tão distante em imagens captadas pelo Telecópio Hubble. Isso só foi possível graças à elevada taxa de formação de estrelas para a galáxia. Esta situação o torna bastante brilhante, permitindo que a câmera instalada no telescópio pudesse medir o “redshift” da galáxia. Quanto maior o desvio para o vermelho, mais distante se encontra a galáxia.
A galáxia GN-z11 é 25 vezes menor do que a Via Láctea, e tem apenas 1% por cento da massa de estrelas que contém a nossa galáxia. Porém, ela cria estrelas de forma 20 vezes mais rápida do que a Via Láctea, fato muito interessante em se tratando de uma galáxia que foi criada logo após o Big Bang.