As cenas protagonizadas pelos deputados Jean Wyllys e Bolsonaro na Câmara, e do ator José de Abreu em um restaurante, apresentou uma nova moda à Nação: cuspir ! O gesto de cuspir, é o ato final de uma sequência do corpo em expelir, mecanicamente, secreções indesejáveis que não mais se conseguem manter dentro dele. Na visão holística, o ato de cuspir representa um sentimento que também não se consegue manter dentro do indivíduo. Na verdade tudo que sai de dentro do indivíduo representa, algo que obviamente foi produzido pelo indivíduo. Nesta linha metafórica de raciocínio temos a perfeita frase de Cristo (pleonasmo?) que nos disse “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca” , numa clara alusão, naquela oportunidade, da irrelevância moral do respeito às leis judaicas ( para com os ritos alimentares), quando outros delitos mais graves eram praticados pelas figuras públicas, sem que o povo desse valor a estes últimos.
Retornando ao Brasil de hoje e das cenas lamentáveis ocorridas, elas revelam uma face das praticas públicas, as vezes oculta no dia a dia por seus praticantes, que são efetivamente preocupantes e que devem merecer atenção do povo. Dirão alguns que Bolsonaro não cuspiu. Sim é fato, mas expeliu de outra forma, conteúdo indesejável ao citar o Coronel Ustra, notório torturador. Caro leitor, não se engane. Quem por vezes utiliza a verborragia, gritos, palavrões, cusparadas e outras formas de “comunicação”, especialmente em comícios e cenas públicas, pertencem a um grupo de pessoas muito peculiares, que ocultam seu interior com uma máscara exterior, com sorrisos e formas aparentemente brandas para defender suas teses. E buscam com este jeitinho ambíguo, ”modelos” retóricos para expressarem sentimentos de forma aparentemente democráticas, e que “parecem” de proteção a outrem. Mas por dentro, são seres que abraçam a tirania num sentimento interno abjeto, vividos nos porões de seus corações. E sendo assim, quando sentem-se desconfortáveis ou frustrados de seus intentos ocultos, não conseguem reter seus instintos, soltando seu interior através de gritos, vômitos, cusparadas, e atitudes escatológicas generalizadas. Portanto, por serem farinha do mesmo saco deveriam, todos entrelaçarem suas mãos e livrar o país da sua indesejável vizinhança, migrando para bem distante daqui. Quiçá deveriam comprar uma ilha próxima a estas republiquetas de ditadores violentos e fundar uma nova nação: a República do Cuspe.
Autor: Roberto Mangraviti
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