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As lições da Rio 2016

Antes mesmo de começarem as Olimpíadas 2016, fatos preocupantes tem causado arranhões previsíveis à imagem do Brasil.
Como senão bastasse a queda da ciclovia ocorrida recentemente; os incidentes com as primeiras delegações (especialmente Austrália) ; epidemia de dengue ; a contaminação das águas poluídas da Baía da Guanabara, causarão um estrago incalculável ao nosso país. O site G1 de 30 de julho de 2015 já alertava … “Um estudo encomendado pela agência Associated Press (AP) analisou as águas da Baía de Guanabara, da Lagoa Rodrigo de Freitas e da Praia de Copacabana, onde acontecerão provas durante as competições, e apontou alto risco de contaminação.”

A irresponsabilidade dos organizadores nas esferas Federal, Estadual e Municipal, deixa nítido um modelo de gestão pública muito comum no Brasil : o da bravata.

Caro leitor, como é possível os dirigentes de uma nação serem tão irresponsáveis? É notório que nada foi feito nos últimos 4 ou 5 anos de significância, para atender os padrões necessários para as competições aquáticas. Todos sabíamos da situação grave da Baía da Guanabara, mesmo assim, com uma lorota atrás da outra, este problema gravíssimo foi sendo acobertado e agora estamos diante de um vexame monstruoso.

Organizar uma Copa do Mundo, é incomparavelmente mais simples, pois obviamente é uma única modalidade e requer somente investimento em estádios de futebol (além claro de mobilidade etc). Porém as equipes ficam espalhadas em várias cidades minimizando aglomerações e reduzindo riscos de toda sorte. Contudo organizar Jogos Olímpicos, numa única cidade, requer uma postura altamente responsável, dentro de uma complexidade estratégica monstruosa e de planejamento detalhado, associados às questões de segurança que vão muito além do nosso entendimento. As questões políticas que envolvem, EUA, Estado Islâmico, Israel e países europeus, são muitos mais sensíveis durante competições olímpicas do que em Copa do Mundo, que por vezes sequer classifica os países envolvidos neste conflitos.

O momento da bravata acabou. Aquela conversa de “jeitinho” brasileiro que na hora H, tudo dará certo ou que Deus é brasileiro cairá por terra, especialmente nas competições aquáticas. Colocar um “exército” de 600 operários para consertar a Vila Olímpica, dá a exata dimensão do risco de fiasco que o país está correndo antes mesmo de iniciar a competição.

Os equívocos ocorridos na Copa 2014 com estádios inacabados, ou linhas de metrôs que ficaram somente na promessa, não foram suficientes para uma parcela do povo brasileiro entender que gestão pública é coisa para profissionais e não para falastrões, que são bons de palanques e promessas, mas péssimos em realizações.

Esperamos que as lições da Rio 2016, sejam suficientes para enterrar de vez esse perfil de políticos populistas que são engraçadinhos na hora de discursar 4 ou 5 anos antes do evento, mas que se posicionam a quilômetros de distância quando a casa cai.

Foto: http://www.pzps.pl/Rio-2016-bilety-ida-jak-swieze-buleczki,p,272.html

Autor: Roberto Mangraviti
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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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