00O Brasil nunca foi capitalista, como criticam alguns desinformados, e exerce a pratica feroz e retrógrada do mercantilismo ( adotado no Século XV).
Nosso país sempre foi doente economicamente , e as patologias brasileiras são os “ismos “.
Os desastres econômicos recentes, ligados ao protecionismo e outros “ismos” criticados pelo economista Roberto Campos em 1991, comprovam esta verdade.
Vale lembrar uma das doenças do passado(ainda presente) como foi a reserva de mercado da informática do Governo Sarney.
Chamada de Política Nacional de Informática-PNI, Lei n.º 7.232, foi aprovada em 29 de outubro de 1984), é um dos exemplos históricos infelizes de insucesso.
Sobre a PNI , Roberto Campos preconizou “a informática não se mede por anos, mede-se por minutos. Você, a cada seis meses, tem um novo produto substancial em matéria de informática”
A proteção para algumas empresas e mercados foram lamentavelmente repetidos ( com outra roupagem) nos Governos Lula e Dilma, com os previsíveis resultados desastrosos, assim como colhidos nos anos 80.
O brilhante do pensamento de Campos, não foi seguido e obviamente ficamos estagnados, porque não entendemos naquela oportunidade o papel do investidor nos anos 80 diante da informática e dos novos mercados.
Confira as palavras de “Bob Fields” sobre o falso capitalismo no Brasil, o caminho escolhido pela Coreia nos anos 80 (não seguido pelo Brasil) e entenda porque estamos patinando ainda com o pensamento voltado ao século passado.
Confira abaixo as palavras premonitórias de Roberto Campos
“ É parte da patologia cultural brasileira. Nós sofremos de uma doença que eu chamo de a doença dos “-ismos”. São cinco “-ismos”: o nacionalismo, o estruturalismo, o populismo e duas doenças graves que debilitaram, desfibraram o empresariado nacional, que são o protecionismo exagerado e o estatismo incontrolado. E disso é que resultou a perversão da mentalidade empresarial brasileira.
Por exemplo, o Chile foi até recentemente um país autoritário, e que se moveu cada vez mais no sentido da economia de mercado do capitalismo competitivo. Taiwan e Coréia foram até recentemente – estão em processo de democratização – países autoritários em que se praticou um capitalismo competitivo. Não há, portanto, relação entre o desfibramento empresarial e o autoritarismo em si. O autoritarismo tem que ser julgado por suas desvantagens de outra natureza, não por isso. No caso brasileiro, eu diria que houve um acidente de percurso. Esse acidente de percurso foi a primeira crise de petróleo. Quando houve o impacto da crise de petróleo, nós tínhamos que importar 80% do combustível consumido, a Petrobras já tinha quase vinte anos de vida e não tinha descoberto ainda praticamente nada – a descoberta maior foi a bacia de Campos, em 1974, vinte anos depois de estabelecida a Petrobras –, num momento de pânico, nós tomamos que direção? A direção coreana de enfatizar exportações e indústrias orientadas para exportação? Não. Nós nos orientamos para uma maciça substituição de importações, por via de quê? Ou de empresas estatais ou de grandes grupos cooptados pelo Estado e financiados por subsídios, por taxas cambias favorecidas e por taxas de juros negativos. Aí é que começou a distorção; dela não mais saímos.”
Texto: Roberto Mangraviti
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