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Banimento das Sacolinhas nos Supermercados – Lobby ou Necessidade ?

Visando contribuir com o polemico tema, apresentamos algumas informações no âmbito exclusivamente econômico/histórico.

No Brasil da Eco 92 , inflação era de 1.152% ao ano, que levava as pessoas a estocarem produtos por meses, proliferando a utilização de sacolas para o transporte de imenso volume de compras . Hoje a inflação gira em 5% e o brasileiro possui hábitos de consumo totalmente diverso, não mais estocando produtos. O PIB atual é cerca de 50% superior ao de 1992 e naquela época seria inimaginável supor que algum dia estaríamos a frente do Reino Unido. Neste novo cenário, o gasto médio dos shoppers nos hipermercados é de R$ 24,80, sendo necessário, em média, de 3 ou 4 sacolas de plástico para transporte, representando algo em torno 0,2% da compra, ou seja a economia das redes distribuidoras é baixa sobre o volume. Quanto as vantagens da venda das sacolas retornáveis, à disposição a partir de R$ 2,00 a unidade , supõe-se razoável que as vendas cessarão quando as necessidades de transporte forem atendidas excetuando-se as situações de esquecimento por parte do consumidor, gerando um consumo adicional, em níveis supostamente não medidos.

Esquecer-se de levar uma sacola retornável às compras, ou a eventual necessidade de aquisição adicional, num primeiro momento, poderá desestimular o consumidor, além de retardar o tempo de permanência no check out . A utilização de caixas de papelão em substituição as sacolas, novamente presentes no check out como em 1992, dificulta a higienização, dificulta a circulação e dispersão na saída da loja e são possíveis fatores adicionais de custo. Antes da legislação atual, as caixas de papelão eram vendidas à sucateiros e geravam receitas aos supermercados. A título de parâmetro , shopping’s centers com cerca de

750.000 clientes mês , auferiam cerca de R$ 5.000,00/mês com a venda de reciclados , dispendendo em torno de 90% desta receita com salários e encargos destinados ao pessoal da operação de reciclagem .

A sacolinha de supermercado produzida em polietileno, é impermeável, ou seja no aterro sanitário não permite que o material orgânico(sobras de alimentos etc) seja absorvido e em 2015 os lixões serão lacrados, de acordo com a nova Política Federal de Resíduos Sólidos de 2.010.

Há natural desconfiança dos propósitos de novas legislações no Brasil, em razão de ações discutíveis no passado , como a obrigatoriedade do estojo de primeiros socorros nos veículos. Contudo uma legislação que incentiva a substituição das sacolas de polietileno, não é exclusiva do Brasil, tampouco moderna, pois na Alemanha, que talvez seja o pais mais adiantado em legislação ambiental, a venda de sacolas retornável foi adotada em 1991.

Roberto Mangraviti

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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