As fortes chuvas de fevereiro, e as eventuais “águas de marco fechando o verão”, não será promessa de vida para o fornecimento de energia elétrica no futuro.
A desaceleração econômica dos últimos anos, especialmente da indústria, proporcionou “sobras” de energia numa área de extremo consumo, aliado a maior oferta .
Entre 2016 e 2019 o consumo médio (incluindo residências e serviços ) cresceu 5% , de 64 mil megawatts para 67 mil, ou seja cerca de 1% ao ano, equivalente a evolução média do PIB no período.
Na outra ponta (oferta) a capacidade instalada subiu 22% de 134 Gigawatts (GW) para 172 (GW).
Portanto o provável cenário de crescimento médio do PIB em cerca de 2,25% ao ano, representa que até 2024 não haverá racionamento, mas após esta data, os riscos não serão poucos.
E quando se fala de racionamento, no Brasil, por pressão da demanda a novela termina, com sempre, no bolso do consumidor, através de aumento de preços.
Ademais as chuvas de 2020, em nada impactarão neste cenário, afinal somente 33% do custo da energia está relacionado a produção. Transmissão ( 7%), Distribuição ( 19%), Subsídios(10%) e Impostos(31%) , compõe os demais itens.
Portanto, a autoprodução de energia (solar) , deverá compor a estratégia de operação de pequenos e médios consumidores, pois a partir de 2024 nada estará garantido, especialmente para indústria, que responde por cerca de 40% do consumo.
Texto: Roberto Mangraviti
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Imagem: Diário Carioca