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Entrevista com a Cantora e Compositora Ana Costa

5 Minutos Entrevista a cantora e compositora carioca, Ana Costa que se apresenta no Bistrô Esmeralda, em São Paulo, no dia 23/04/2016 na sexta edição da “Série Popular” n’O Canto da Gente.

— “Adoro a sua voz, a maneira limpa como canta… Soa tão perto de quem está ouvindo que chega a ser confortante.”
Marina Lima

1. Há mais de 20 anos nas rodas de samba e nos palcos do Brasil, você iniciou sua carreira solo com o disco “Meu Carnaval” (2006), venceu o 5
º Prêmio Rival Petrobras de Música como “Revelação” e foi indicada ao Prêmio Tim. Hoje, 10 anos depois do primeiro CD, podemos dizer que tudo mudou ou ainda é a mesma Ana Costa?


Resposta:
Em parte sim. A essência continua a mesma, as mesmas convicções, tudo isso permanece. Mudam as estratégias, a maturidade ajuda muito, a consciência do que dá pra fazer e o que definitivamente não dá pra fazer. Muda o que se espera, mudam os sonhos mas a capacidade de realizá-los, jamais.

2. 3 anos depois veio “Novos Alvos” (2009), com uma pegada totalmente diferente, sofisticada, moderna… Um legítimo discão de samba! Como foi o processo desse trabalho?

Resposta: Alê Siqueira, o produtor do disco Novos Alvos eu conheci durante o trabalho da cerimônia dos Jogos Panamericanos, em 2007. Fiquei impressionada com a enorme capacidade do Alê, me identifiquei totalmente com sua forma de conduzir a música e principalmente com seu bom gosto. Alê Siqueira é um dos produtores mais inventivos e inteligentes do mundo. Nos identificamos e ele aceitou produzir esse disco que considero muito especial. Um trabalho de samba regional com a “pegada” da música universal. O processo foi delicado mas muito prazeroso. Ele mora em São Paulo e o disco foi gravado no Rio. As edições e mixagens foram feitas em Sampa sob sua supervisão. Não foi um processo muito prático, foi difícil mas a música, a feitura de cada arranjo, foi tudo muito legal, uma viagem. Eu gosto dos desafios e esse disco foi um verdadeiro desafio. Brigo por ele até hoje.

3. “Hoje é o Melhor Lugar” (2012) te levou a indicação ao Prêmio da Música Brasileira como ‘Melhor Cantora de Samba’ concorrendo com Alcione. Que luxo! E agora, “Pelos Caminhos do Som” (2015), uma homenagem ao mestre Martinho da Vila chegou em CD e DVD.
Quais são as suas
expectativas desse novo ‘filho’, Ana?

Resposta: As duas vezes que fui indicada a esse prêmio (primeiro ele chamava Prêmio TIM, depois mudou pra Prêmio da Música Brasileira) Alcione era uma das candidatas. Vamos combinar que competir com Alcione não dá, né? (risos)

Sobre o “Pelos Caminhos do Som”, o caminho percorrido por esse trabalho até agora tem sido de muito sucesso e grandes alegrias. A imprensa recebeu-o muito bem, tenho conseguido espaços valiosos até agora. Esse projeto começou a existir há dois anos. Era um show e deu tão certo que resolvemos transformá-lo em registro de DVD com parceria do Canal Brasil e que depois se estendeu pra Cd com parceria da gravadora Biscoito Fino. É um show muito bonito, mostra a influência dos países que falam a língua portuguesa na obra de Martinho da Vila. É um trabalho eclético, apontando várias particularidades da obra desse grande mestre. O show tem um cenário incrível, uma luz que se completa com o cenário, uma direção acertada da filha do Martinho, Analimar Ventapane e uma banda bastante afinada formada por músicos jovens e com muito suingue.

4. Acostumada com o grande público e grandes plateias, você foi convidada para o projeto intimista O Canto da Gente em São Paulo.
Qual a diferença, digamos, de cantar pra poucos?

Resposta: A diferença é que quando você erra, pouca gente testemunha.  Tô brincando!!!
Ainda mais com câmera de celular e toda a tecnologia usada na rede.

Na boa, pra mim não há diferença. O frio na barriga é o mesmo. O grande lance nesse caso específico do show do dia 23 é o desafio de interpretar e tocar um repertório inusitado. Mesmo assim os pequenos espaços, as pequenas formações acabam ajudando para que o show fique intenso. É sempre bom cantar pra uma plateia ligada, interessada e carinhosa.

5. Na sua opinião, qual a importância deste modelo de projeto para o âmbito cultural em nosso país?


Resposta:
Outro dia conversando com o Maury Cattermol, falávamos sobre o momento difícil que estamos passando. Lugares que não existem mais, outros que se renovam e se adaptam à uma outra linguagem artística, a dificuldade que é para as pessoas se locomoverem pra longe de casa por conta da lei seca, acho que tudo isso vai nos fazendo (nós artistas) entender que temos que nos abrir para outras formas de levar nossa arte.

Numa época de crise no cenário da música que não entendo apenas como crise de mercado fonográfico, mas sim uma dificuldade do artista se colocar no mercado de shows, as pequenas plateias surtem efeito totalmente positivo. Plateias que se sentem à vontade (e o artista também quer se sentir à vontade) pra curtir o que o artista tem de mais genuíno para oferecer. Sua música.

 

Autora: Bel Gimenez

contato@sustentahabilidade.com.br

 

 

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Escrito por Bel Gimenez

Produtora, Diretora Comercial, Administrativa e Tecnologia do Portal Sustentahabilidade. Formada em Pedagogia, Contabilidade e Tecnóloga em Gestão de Processos. Atua a mais de 20 anos como especialista em planejamento de recursos corporativos, planejamento estratégico e canais de comunicação.Expertise na administração de projetos críticos com foco em cumprimento de metas,prazos e processos.Gestão, produção e curadoria de conteúdo, planejamento de ações em plataformas digitais e administração de conteúdo em Redes Sociais e Youtube. Experiência em Produção e Edição de Vídeos, coordenação, administração e desenvolvimento de sites.

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