in

Música Flamenca em São Paulo

A cantora espanhola, Irene Atienza  se apresenta nesta sexta feira (27 de maio) no  Bistrô Esmeralda em São Paulo, na série “ O Canto da Gente”, ação cultural apoiada pelo Portal SustentaHabilidade.  Com repertório eclético, mas com as raízes do flamenco em destaque, sua performance no palco resgata a forma hispânica de interpretrar as canções.  Não perca esta oportunidade a preços populares acessando   Ingressos: https://goo.gl/z49ZhQ

Irene Atienza

 

Segue abaixo entrevista EXCLUSIVA ao Portal Sustentahabilidade

— “Irene tem um timbre dessa América passional. A ouço como se fosse um filme que seca a garganta, que denuncia a sua intimidade. Irene nasceu pronta. Tem na voz os lábios vermelhos da dona do salão, desce a escada em caracóis como são seus cabelos e canta até a última dose. Tudo isso é imagem, mas a sua interpretação muda a bússola, altera o tempo nas tardes de som na vitrola, entorta os sóbrios, traz essa inspiração trapaceira pra não se declarar um admirador incondicional.”
Moacyr Luz

1. Há quase 10 anos você atua como cantora profissional na Espanha, participou do Festival Internacional de Jazz na Argentina, e ‘agora’ tivemos a honra em receber uma estrela como você em nosso imenso Brasil. Como surgiu sua admiração pela música brasileira, Irene? Conta um pouco pra gente.

Resposta: Eu conhecí a música brasilera a través de amigos músicos que moravam em Barcelona na mesma época que eu. Foi inevitável a vontade de conhecer mais, criei junto com alguns deles o grupo “Saravacalé” que misturava os ritmos de Brasil e Espanha. E na medida que eu me aprofundava nas minhas pesquisas e que vinha pro Brasil para passar curtas temporadas, ia me apaixonando cada vez mais. A variedade de gêneros, a qualidade dos compositores, o orgulho da tradição, a força dos seus intérpretes… Tudo isso me faz amar a música brasileira. E me fez ficar por estes lados de cá.

2. Fizemos essa pergunta ao Emmanuele Baldini, violinista Italiano da OSESP, em uma entrevista em nosso Portal. Decidimos replicar…
Qual a visão europeia sobre a música brasileira?

Resposta: Acredito que, salvo nos âmbitos dos profissionais da música, pouca gente conhece a grandiosidade da música brasileira. Infelizmente, para o grande público não chega quase nada do que é feito no Brasil hoje em dia, e as coisas que chegam atendem mais a questões de mercado que de qualidade e não representam a diversidade e riqueza da música brasileira. Mas tem muitos músicos brasileiros morando na Europa que estão conseguindo cada vez maior abertura e aceitação para mostrar seu trabalho. São gêneros dançantes, como o forró, que estão despontando com muita força, com a criação de vários festivais europeus. Isso é lindo de ver.

3. Lemos muito sobre o “Saravacalé”, grupo que fundiu o samba com a música flamenca, em que você participou passando por dezenas de cidades na Espanha, turnê no Brasil, entre outros lugares… Ano passado lançou com Douglas Lora o álbum “Parcerias”, e agora você está com um novo ‘filho’, o espetáculo “Con Alma”. Qual a transição desses trabalhos em sua carreira?

Resposta: Uma transição muito natural. O Saravacalé foi o projeto que me trouxe ate aqui, que me mostrou o Brasil. O projeto parou, mas sempre quis dar continuidade a essa mistura dos dois países. Na minha primeira visita conheci ao violonista Douglas Lora e começamos um trabalho em duo, uma parceria que já dura cinco anos, interpretando musicas brasileiras e fazendo releituras de clássicos da música latino-americana, outro gênero que eu já tinha trabalhado no começo da minha carreira. Mas nunca deixei de lado minha vertente mais flamenca e durante estes anos continuei trabalhando paralelamente junto com a “bailaora” flamenca Ale Kalaf. Juntas criamos o espetáculo de música e dança “Con Alma”, onde além de composições minhas, interpretamos música brasileira em ritmos flamencos, agora já com uma outra visão e maturidade.

4. Do Flamenco ao Samba, ou melhor, do Flamenco a MPB… Ou seria os 2 juntos?
Isso causou uma curiosidade e admiração dos brasileiros em sua arte, e no convite para participar do projeto O Canto da Gente “Série Popular”. O que você espera para a sua apresentação no Bistrô Esmeralda?

Resposta: Do flamenco a música brasileira. Nessa metade que eu me encontro. Hoje em dia, eu sou essas duas coisas. E é uma mistura tão natural pra mim e tão diferente pra quem escuta que resulta numa muito boa aceitação entre o público. Na minha apresentação no Bistrô Esmeralda vou começar por um flamenco mais puro, mais tradicional e aos poucos irei, junto com o maravilhoso violonista Flavio Rodrigues, construindo a ponte até chegar ao Brasil mantendo a mesma linguagem flamenca. Espero que todos desfrutem da mistura.

5. E pra finalizar, diz pra gente como é cantar para poucos e tão próximo ao público.

Resposta: Para mim, cantar para poucos e bem perto proporciona aquela intimidade de quem se reconhece. É o ideal para que se dê a verdadeira troca, pois nada se interpõe entre o artista e o público. É maravilhoso sentir um suspiro da plateia quando uma música termina.

 

 

 

O que você acha?

Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

Solução para o Brasil … Eu tenho a força!

O impacto das hidrelétricas na Biodiversidade