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Errar NÃO é humano … e o “Zero Defeito”.

Philip Crosby, um psicólogo norte americano, introduziu o conceito “zero defeito” na indústria norte americana nos anos 60. O mundo daquele período, polarizado pela guerra fria entre URSS X EUA, ainda mostrava as cicatrizes da aventura de Hitler encerrada cerca de 15 anos antes. As duas superpotências disputavam a primazia de colocar o primeiro ser humano na Lua e o conceito de Crosby caiu como uma luva para o projeto Apolo que não podia ter erros. O fato de um psicólogo (e não um engenheiro) ter desenvolvido esta metodologia, dá o exato tom da importância de incorporar na cabeça do ser humano e posteriormente na alma dele, este conceito ainda muito pouco utilizado em terras brazilis. A NASA – Agência Espacial Norte Americana – encampou este conceito que levou em 1964, Crosby ser condecorado pelo Departamento de Defesa Norte Americano. O princípio utilizado pelo psicólogo, resume-se numa frase segundo o qual, o engenheiro Luiz Américo Zeballos (*), contemporâneo de Crosby e amigo pessoal do norte americano, atribuiu ao criador do modelo: “Zero Defeito é um estado da alma”.

Interessante, destaca Zeballos, que as pessoas ao incorporarem o conceito que “errar é humano”, criam uma armadilha mental que os leva a uma atitude pouco ou nada assertiva, pois aceitam o erro como inevitável e acabam inclusive “antecipando” a ocorrência deles. E ainda mais, criam “padrões mentais de tolerância” para com o erro, onde o equívoco alheio é  obviamente  maior  que o equívoco pessoal, sempre visto pelo protagonista, como pouco impactante na  empresa onde o fato ocorreu.

Portanto estas mudanças de paradigmas são fundamentais para melhorar o desempenho de uma organização. E para tal, é condição sine qua non  incutir na cabeça da equipe, o perigo e os riscos acima descritos com relação a conviver com o erro. Fundamental ainda esclarecer que, “qualidade” na produção ou no trabalho, não é algo que se avalie como bom ou ruim, mas um padrão que se estabelece. Todas estas mudanças do “interior do ser”, passam necessariamente por estímulos estratégicos, que em outro momento será tema de nossa nova abordagem. E para os que estranharam o título “Errar NÃO é humano“ cabe uma consideração, pois entendemos que a afirmação “errar é humano” preconceituosa, atribuída como se fossemos seres menores diante do Universo. Lembramos que somos a parte Maior do Universo ou da Criação, e como num axioma, perfeito por definição. Cabe-nos portanto fazer valer nossas melhores características, acionando nossos instintos, esforços e conhecimento, em direção a perfeição possível de ser alcançada, que em tese, aproxima o ser humano do “zero defeito”.  Por ora ficamos com a definição do nosso colega de trabalho Engenheiro Zeballos, cunhada com arte e maestria única: “é necessário desenvolver em cada colaborador o estado da alma de um artesão”.

Autor : Roberto Mangraviti

contato@sustentahabilidade.com.br

(*) Luiz Américo Zeballos, Engenheiro Mecânico e Eletricista, formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Professor Assistente da cadeira de “Mecânica Aplicada às Máquinas” da Escola de Engenharia de São Carlos, Professor de “Administração da Produção” da Fundação Getúlio Vargas – EBAP, Professor de “Administração da Produção” Escola de Comando e Estado Maior do Exército  . Hoje radicado  em São Paulo, possui  um raro exemplar (ainda datilografado) da obra de Philip Crosby, com uma generosa dedicatória  “ My Dear Friend Luiz ”.

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Escrito por Roberto Mangraviti

Economista e Facility Manager em Sustentabilidade. Editor, diretor e apresentador do Programa Sustentahabilidade pela WEBTV. Palestrante, Moderador de Seminários Internacionais de Eficiência Energética, Consultor da ADASP- Associação dos Distribuidores e Atacadistas do Estado de São Paulo e colunista do site do Instituto de Engenharia de São Paulo.

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