A cocaína é uma droga classificada como estimulante, agindo diretamente no Sistema Nervoso Central (SNC). Com isso acelerando o funcionamento do cérebro, trazendo como conseqüência um estado de alerta exagerado, insônia, hiperexcitabilidade, falta de apetite, etc.
Presente em uma planta da América do Sul, a Coca, já era cultivada pelos incas nos Andes e depois chegou à Europa, sendo que no norte do Brasil é também conhecida como Epadu.
Foi por muito tempo utilizado como anestésico local e Sigmund Freud, o pai da psicanálise, a prescrevia para pacientes, também fazendo utilização própria, pois relatava que sentia mais energia e vitalidade. Ele só desistiu de utilizar e prescrever, quando um amigo pessoal, dependente de morfina, começou a utilizar a cocaína e apresentou um quadro de psicose cocaínica que se somou à síndrome de abstinência à morfina e, infelizmente acabou morrendo.
A cocaína como medicamento foi utilizada até o início do séc.XX, sendo que em meados dos anos 60 o uso “não médico” ganhou impulso, sendo que o abuso do consumo continua ate os dias de hoje.
A forma de consumo pode ocorrer de três diferentes maneiras : fumada, inalada e injetada. O crack, a merla e o oxi (ou pasta base) são apresentações da cocaína para serem fumadas, podendo também ser injetada na corrente sanguínea através de seringas, ou inalada em pó, sendo esta última ( intranasal ) a mais comum.
Segundo a LENAD (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), quase 6 milhões de brasileiros já experimentaram alguma apresentação de cocaína na vida.
Sendo assim, dado alta ramificação do consumo, o grande desafio social é desenvolver formas de tratamento e prevenção.
Os tratamentos sugeridos para um dependente de cocaína é a psicoterapia e participação em grupo de autoajuda. O objetivo do trabalho psicoterápico, é fazer com que o paciente tenha contato com suas fragilidades e saiba lidar com o problema sem desfocar de si. Pois a tendência do dependente, é focar num parente ou familiar diretamente atingido pelo processo, e fazer uso de sua auto piedade para poder justificar o uso da droga. Desta forma observa-se no processo terapêutico um deslocamento de barreira entre ele e o outro, pois o usuário não conseguia ser um participante ativo de sua própria vida e dada sua passividade, vítima de todas as circunstâncias. Portanto é fundamental mostrar ao dependente que ele pode se permitir desbravar novas perspectivas para sua vida, observando novos horizontes e descobertas, sendo desnecessário a utilização de drogas para atingir estes novos estágios e direcionamentos .
Autores: Nancy M.F.Peres , Raquel Arantes e Renan Fernandes de Oliveira
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